Grande Belém

Modernização do transporte público de Belém não avança

Modernização do transporte público de Belém não avança Modernização do transporte público de Belém não avança Modernização do transporte público de Belém não avança Modernização do transporte público de Belém não avança
O projeto do Executivo foi enviado à Câmara Municipal em novembro deste ano, visando a compra dos 300 ônibus Foto: Divulgação
O projeto do Executivo foi enviado à Câmara Municipal em novembro deste ano, visando a compra dos 300 ônibus Foto: Divulgação

Nenhuma empresa ou consórcio manifestaram interesse em participar do processo de licitação para a concessão do transporte público coletivo por ônibus do município de Belém.

O edital previa a execução dos serviços por seis anos, com possibilidade de prorrogação, em regime de exclusividade, e de participação de consórcio de empresas. As concessionárias também serão responsáveis pela exploração e manutenção dos Terminais e Estações do BRT.

No último dia 26 de dezembro de 2022, o certame foi considerado deserto, ou seja, não houve nenhum interessado em participar da concorrência. E, novamente, nesta terça-feira, 7, ninguém manifestou interesse.

Segundo o edital, os usuários teriam acesso ao sistema de informações e poderiam acompanhar o itinerário do veículo e o tempo de chegada nas paradas de ônibus. Além disso, ao término dos primeiros dois anos, 20% da frota deveria possuir ar-condicionado.

A frota de veículos contaria também com monitoramento por meio de câmeras de segurança em seu interior. Os veículos teriam ainda sistema de rastreamento e seriam monitorados em tempo real pela Semob.

Setransbel justifica ausência de propostas e cita prejuízos

Já o Setransbel, representando suas associadas que atuam no transporte coletivo, emitiu nota informando que entende que o Edital da Concorrência Pública dos Serviços de Transporte Público de Passageiros por ônibus no Município de Belém, com certame novamente aberto à participação de licitantes do Brasil e até do exterior, mais uma vez não apresentou viabilidade para as empresas do segmento, que conhecem a complexidade da operação e a dificuldade de manter o serviço nesta capital.

“Sem o apoio do poder público, através de desonerações e subsídios, como já acontece em outras capitais, não há como prestar o serviço e implementar melhorias no transporte coletivo. O alto custo de manutenção do setor, previsto na tarifa de remuneração (conforme planilha técnica da SeMOb), quando repassado integralmente para a tarifa pública (paga pelo usuário) afasta os passageiros”, justificou.

Segundo o Sindicato, a “migração de passageiros pagantes para outros meios de transporte, também prejudica o sistema. Com o menor número de passageiros a frota também é reduzida, já que definida de acordo com a demanda total de passageiros, que inclui horários de pico e de entre picos”.

O Setransbel informou também que nas últimas décadas a redução chegou a 50% dos pagantes, sem afetar o número de gratuidades.

“Agravando ainda mais a situação, a tarifa de remuneração (ou técnica), que aponta o valor necessário para a manutenção do sistema (calculada em R$5,00), não vem sendo cumprida. Na última revisão em março de 2022, após 3 anos sem reajuste, a tarifa pública (aquela paga pelo passageiro) foi homologada em R$4,00 e representou uma redução inexplicável de 20%, gerando um prejuízo mensal no setor estimado em R$12.000.000,00 (doze milhões de reais)”.

O Sindicato reforçou que este cenário provocou a redução da oferta de ônibus. “Muitas vezes não há como abastecer toda a frota para circular durante um dia inteiro”.