Ana Laura
A manhã de domingo (29) começou animada na Av. Presidente Vargas, em Belém. O grande arrastão da tradicional Escola de Samba Rancho Não Posso me Amofiná, reuniu brincantes e integrantes da escola que percorreram a avenida rumo à sede da escola, no bairro do Jurunas.
Com quase 89 anos de trajetória, que serão completados em dezembro deste ano, a escola vai homenagear o arquipélago do Marajó. “O mundo precisa conhecer a nossa cultura, os nossos encantos. O Marajó é do Brasil, o Marajó é do Pará. Apesar de toda a dificuldade, vamos colocar nosso bloco na rua e mostrar para a sociedade a importância do carnaval como forma de reforçar a cultura regional”, salienta o presidente da escola Jackson Santarém.
Há duas semanas do carnaval, é o primeiro arrastão que a escola realiza fora da comunidade. As expectativas são as melhores possíveis, apesar da incerteza que rondou a realização da festa este ano, o presidente ressalta que as coirmãs da escola, se uniram para fazer um grande carnaval. “O carnaval tem que ser mostrado. O Rancho está nessa luta justamente para realizar uma grande festa para o povo. Ainda que tenhamos enfrentado uma grande dificuldade, nossas coirmãs uniram forças para fazer acontecer. Volto a dizer, o carnaval tem que ser mostrado para dar credibilidade às escolas, atrair a comunidade, a sociedade e trazer o povo para a rua”, finaliza.
O dançarino Lohan Barbosa, 25, levantou cedo, ou melhor, nem dormiu direito. Antes de chegar no arrastão, foi à igreja e pediu uma bênção especial. Ele que nunca havia se arriscado no samba, sempre saiu como baterista nos desfiles da escola, mas este ano, decidiu que queria ser passista.
“Venho de uma família ligada ao samba e ao carnaval. Meus irmãos sempre saíram como bateristas, minha mãe foi mulata da Coração Jurunense, eu tocava bateria, mas agora quero dançar. É o primeiro arrastão oficial em que estou participando, então, vou aprender, arriscar uns passos e dar o meu melhor no dia do desfile”, comenta.
O arrastão também atraiu as crianças. Em companhia da mãe, Rose Santos, 31, o pequeno Enzo Santos, de 7 anos, acordou cedo para acompanhar a brincadeira e prestigiar o pai, ritmista do Rancho. “Ele vem desde bem pequeno, sempre o acompanhamos. Os anos anteriores não deu para brincar por conta da pandemia, mas a gente sempre vem, ele adora”, encerra.