Grande Belém

Segue o drama no centenário Mercado de São Brás

A Prefeitura de Belém firmou contrato com a Caixa Econômica Federal este mês de março garantindo o empréstimo de R$ 100 milhões para o município. Foto: Wagner Santana/Diário do Pará
A Prefeitura de Belém firmou contrato com a Caixa Econômica Federal este mês de março garantindo o empréstimo de R$ 100 milhões para o município. Foto: Wagner Santana/Diário do Pará

Ana Laura Costa

O Mercado de São Brás é um dos prédios centenários e históricos mais importantes de Belém. Considerado um patrimônio histórico, o espaço segue abandonado pelo poder público, tanto que mais uma vez não participou das arrumações e revitalizações para a celebração do aniversário da cidade.

Símbolo histórico da expansão de Belém, inaugurado em 1911, período marcante do ciclo da borracha na Amazônia (Belle Époque), o Mercado de São Brás encontra-se em um estado total de abandono. O interior do prédio está cheio de infiltrações, condições propícias para abrigo de plantas que nascem entre uma rachadura e outras, iluminação precária, goteiras e animais abandonados. Na parte externa, calçadas quebradas, sujeira, buracos tapados improvisadamente pelos próprios trabalhadores do local, além da fachada coberta por pichações e paredes descascadas.

Em outubro do ano passado, a Prefeitura de Belém lançou o edital para execução das obras de revitalização do mercado. O projeto básico da obra, parte integrante do processo licitatório, tem como objetivo definir responsabilidades e atribuições da empresa vencedora da licitação, que vai nortear os parâmetros de contratação.

As obras de revitalização do mercado ainda não saíram do papel. Foto: Wagner Santana/Diário do Pará.

O projeto visa tornar o Mercado de São Brás uma referência para o empreendedorismo local e à cultura da cidade. Porém, até o momento nada saiu do papel e os trabalhadores do mercado continuam sem mais informações sobre as obras.

Segundo um permissionário que trabalha no local e não quis se identificar, quando chove a situação piora. “As paredes formam uma cachoeira, é muita goteira. Além disso, tem muitos animais abandonados que nós mesmos, que trabalhamos aqui, temos que intervir e impedir que as pessoas os abandonem aqui”, ressaltou.

O trabalhador disse ainda que ele e os colegas não têm previsão de nada por parte da Prefeitura e encontram-se perdidos sem saber o destino que os espera, temendo a elitização do espaço e para onde devem ir.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Belém não se pronunciou até o fechamento desta edição.