Grande Belém

Países da América Latina apoiam Belém como sede da COP30

Foto oficial da cúpula que reuniu presidentes dos países da América Latina, onde ocorreu o apoio à candidatura de Belém à COP 30

foto: ricardo stuckert / pr
Foto oficial da cúpula que reuniu presidentes dos países da América Latina, onde ocorreu o apoio à candidatura de Belém à COP 30 foto: ricardo stuckert / pr

Fábio Zanini

Folhapress

O comunicado final da Cúpula da Celac, divulgado nesta terça-feira (24), indica apoio dos 33 países da região latino-americana e caribenha ao pleito do Brasil para sediar a COP30, conferência da Organização das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elegeu Belém como a capital para receber o evento e busca o apoio da ONU para que o país seja a sede do encontro, em 2025. O petista viajou a Buenos Aires para participar da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

No comunicado, os países da região “saúdam” a candidatura da capital paraense. O apoio é visto como positivo pelo governo brasileiro, por sinalizar unidade regional em torno do tema e indicar, de saída, um patamar confortável de apoios à proposta de ter a cidade como palco do encontro. A realização do encontro climático na Amazônia foi uma promessa feita por Lula ainda durante a transição, ao participar da COP27, edição do evento realizada no Egito, no ano passado.

A presidência da COP do Clima tem rotatividade regional e volta a ser de um país latino-americano em 2025. A conferência teria acontecido no Brasil em 2019, mas foi cancelada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda em 2018, logo após se eleger.

Foto oficial da cúpula que reuniu presidentes dos países da América Latina, onde ocorreu o apoio à candidatura de Belém à COP 30
foto: ricardo stuckert / pr

INDICAÇÃO

A indicação de Belém para a Organização das Nações Unidas (ONU) para sediar a Conferência do Clima de 2025, a COP30, foi anunciada no dia 11 de janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

Em novembro, durante sua participação na COP 27, no Egito, já como presidente eleito, Lula já havia recebido a proposta feita pelo governador paraense para que a Amazônia fosse o palco escolhido para receber o encontro internacional sobre mudanças climáticas. “Estou com o companheiro Helder parabenizando pelos 407 anos que a cidade de Belém completa amanhã (12) e dando uma boa notícia que o Itamaraty formalizou a cidade de Belém como candidata à disputa para realizar a COP 30. Eu tinha assumido um compromisso no Egito, na COP 27, que a COP 30 poderia ser realizada no Brasil. Espero que a gente esteja lá para fazer uma bela COP”, anunciou Lula, durante reunião com Helder.

As COPs são as maiores e mais importantes conferências anuais relacionadas ao clima do planeta. Passaram a ser realizadas após o evento realizado no Rio de Janeiro, em 1992. O evento marcou a adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Unfccc, e a agência que iria coordenar. Foi então que o Secretariado de Mudanças Climáticas da ONU foi implementado.

A COP é considerada o órgão supremo da Convenção e consiste, de forma simplificada, em um acordo ratificado por países e territórios que assumem o compromisso de reduzir o impacto da atividade humana no planeta. Desde 1994, quando o tratado entrou em vigor, todos os anos a ONU vem reunindo quase todos os países do planeta para cúpulas climáticas globais.

As 197 partes envolvidas se reúnem para avaliar a situação das mudanças climáticas na Terra e propor mecanismos a fim de garantir a efetividade das medidas propostas na Convenção. O principal compromisso da cúpula é estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera para evitar interferências perigosas da atividade humana no sistema climático”.

Durante essas reuniões, as nações negociaram várias extensões do tratado original para estabelecer limites juridicamente vinculativos para as emissões. Por exemplo, o Protocolo de Kyoto em 1997 e o Acordo de Paris adotado em 2015, no qual todos os países do mundo concordaram em intensificar os esforços para tentar limitar o aquecimento global a 1,5°C acima das temperaturas pré-industriais e aumentar o financiamento da ação climática. (Com informações de Luiza Mello)