DA REDAÇÃO
Os membros da diretoria executiva (DirEx) da Unimed Belém que foram destituídos no último domingo (22) estão providenciando, juridicamente, a retomada dos cargos. A alegação é de que a assembleia geral realizada no Hangar por força de liminar judicial para retirá-los é ilegítima, pois foram eleitos com mais 800 votos para mandato de quatro anos.
Membra da DirEx, a médica Sandra Helena Leite afirma que o movimento foi feito por membros do Conselho Fiscal junto a com chapa que perdeu eleições em 2021. “Feridos porque não ganharam? Criaram um tribunal para apreciar um relatório com acusações, em apuração realizada pelos membros do comitê técnico, que terá a última palavra”, afirma a médica.
O relatório em questão, elaborado pelo Conselho Fiscal da Unimed Belém trata de pontos como a contratação de uma gestora por parte de membro do próprio conselho que deu anuência ao salário estabelecido à ocasião e inclusive já foi desligada; demora de obras devolução do imóvel da unidade Batista Campos, já desativada, por exigências feitas pelo proprietário; meta referencial para cooperados bruto até R$ 83 mil, dentre outras medidas do plano de contingência. “Como resolver crise financeira na cooperativa sem reduções de despesas, se justo quem fiscaliza os feitos para sustentabilidade o conselho reage e barra?”, indaga a profissional.
Sandra Leite afirma que o desequilíbrio das contas tem múltiplas causas, como a pandemia, que elevou custos de insumos hospitalares, bem como investimentos próprios na construção do Hospital Unimed Prime, no bairro do Guamá. E ainda a Agência Nacional de Saúde (ANS) tornou obrigatória a Provisão por Insuficiência de Contraprestações (PIC), gerando um acúmulo de R$ 32 milhões em 2022.
“O aumento de preços foi nacional, com itens indo a 200%, 400% mais caro. O investimento na Unimed Prime sabíamos que exigiria apertar os cintos, mas juntou as duas coisas. No último balancete apresentado, saímos de um déficit de R$ 50 milhões para R$ 9 milhões, por reverter do provisionamento obrigatório pela ANS. E com o fundo de reserva, indica que não haverá rateio”, detalha a ex-diretora.
LIMINAR
Sandra Leite reforça que a liminar se referia ao pagamento do Hangar, algo que não foi pleiteado e nem negado pela DirEx, porém acabou tendo o uso desvirtuado. “Houve acusações feitas quando pediram essa assembleia geral por meio de relatório, porém segundo o estatuto e a lei do cooperativismo, e lei federal o direito a ampla defesa pede a realização desse tipo de reunião com a devida apuração. Que fatos são esses que superados nos indicadores econômico-financeiro?”, questiona Sandra Leite.
“Vamos reagir pra tornar sem efeito esse tribunal ilegítimo pela via judicial. Fomos eleitos por 877 votos e eles [a nova diretoria executiva eleita no domingo durante a assembleia geral] por 91, e não há prudência. A empresas está em auditoria externa e todas as ja realizadas não apontam irregularidade. Os impostos estão todos pagos, não há um setor sem receber, nem clínicas, hospitais, colaboradores. Convocar com base em liminar que era para pagar local e levar pauta obtusa?”, lamenta.
Ela complementa que assim como o procedimento da ANS junto a Unimed Belém sobre a situação financeira atravessou a rotina de diversas outras operadoras e cooperativas no Brasil e o caso deve se encerrar este mês com cenário favorável para a cooperativa.