A Videolocadora está um pouco diferente para você aproveitar a “promoção de Halloween”, celebrado hoje. Então, seguem dicas de cinco filmes de terror para você fazer a sua minimaratona. Tem slasher, giallo, aquele sobrenatural subestimado, monstro clássico da Universal e até para ver com as crianças. Bons sustos!
Chamas da morte
Para começar, o meu subgênero favorito, o slasher. “Chamas da Morte” é de 1981, ano em que filmes com essa temática estavam em plena efervescência. E aqui tem todos os elementos clássicos: grupo de adolescentes em um acampamento, energia sexual exalando por todos os poros e, claro, um assassino em busca de vingança aterrorizando a galera e proporcionando mortes bastante criativas e sangrentas, com destaque para o trabalho de maquiagem do mestre Tom Savini. Na trama, Cropsy é o zelador de um acampamento, vítima de uma pegadinha de um grupo de amigos. Mas a brincadeira acaba saindo do controle e ele é queimado gravemente. Após 5 anos, Cropsy recebe alta, mas fica com terríveis marcas deixadas pelo fogo e resolve se vingar de todos armado com uma tesoura de jardinagem. Onde assistir: Darkflix e YouTube.
Prelúdio para matar
O pianista Marcus Daly é testemunha do brutal assassinato de uma famosa médium, mas não é capaz de reconhecer o rosto do criminoso. Intrigado, ele decide investigar o crime com a ajuda da repórter Gianna Brezzi, mergulhando num submundo perigoso e correndo cada vez mais riscos à medida que se aproximam da verdade. Um filme extremamente imaginativo no aspecto visual, aquele onde talvez Dario Argento mais tenha exercido a sua criatividade macabra. O roteiro, como sempre, desafia um pouco a lógica e nos convida a entrar em uma espécie de pesadelo, numa realidade meio distorcida e repleta de um vermelho profundo, como está explícito no título original. E isso nos confunde e encanta. Onde assistir: Darkflix, Oldflix e YouTube.
Pumpkinhead – A vingança do diabo
Um filme que decididamente merece mais fama do que tem. Ao pedir a uma bruxa sinistra para invocar um demônio com o objetivo de se vingar da morte do filho, Ed se arrepende e tenta impedir a criatura de fazer o mal ao mesmo tempo em que vai perdendo sua humanidade. O clima é de um conto de fadas macabro, daqueles passados de geração para geração pela tradição oral. Ainda mais com a caracterização clássica, com direito a cemitério de abóboras, casebres apodrecidos e a floresta com seus galhos ameaçadores e da névoa servindo como camuflagem aos perigos ali presentes. Mesmo à luz do dia o lugarejo parece “esquecido por Deus”. Aliás, o fato de ter sido inspirado em um poema já dá a noção apropriada de lenda local que não se deve duvidar. Ah, mas nada disso funcionaria se o próprio Pumpkinhead não fosse eficaz na sua concepção. E ele é. Tem um design terrivelmente assustador. Stan Winston, mestre dos efeitos especiais e maquiagem, e que aqui também assumiu a direção do longa, fez mais um de seus milagres. Deveria ser um filme obrigatório nessa época do ano. Por aqui é. Onde assistir: YouTube.
O monstro da Lagoa Negra
Durante uma expedição científica no rio Amazonas, um grupo de pesquisadores liderados pelo dr. David Reed captura uma estranha criatura que pode ser o elo perdido entre os anfíbios e os humanos. O misterioso animal, no entanto, desenvolve uma obsessão por Kay, namorada do dr. Reed. Que me perdoem os demais monstros, mas esta é, pra mim, a mais charmosa criação do estúdio Universal. As cenas aquáticas encantam e o filme tem todo aquele clima de “mundo perdido” da visão ao mesmo tempo estereotipada e fantástica da Amazônia. E esse teor fantasioso ainda é amplificado pelo enredo ter como base o conto de fadas “A Bela e a Fera”. É lindo! Onde assistir: Darkflix, YouTube e Looke (Prime Video Channels).
ParaNorman
Norman é um garoto fora do padrão e como tantos outros sofre com julgamentos e bullying. A sua peculiaridade: ele vê e conversa com os mortos. Assim, quando a maldição de uma bruxa está perto de se concretizar, os zumbis vão caminhar sobre a terra e só Norman vai poder ajudar. O filme, escrito e dirigido por Chris Butler, surpreende por ser bastante sensível, subvertendo estereótipos e se permitindo enxergar as zonas cinzentas das personalidades e relações humanas (e não-humanas, no caso). E faz isso sem didatismo, pelo contrário. É bem divertido. Especialmente pela animação em stop-motion, que é um primor. Tem um leve exagero à la Tim Burton na composição dos personagens e nas cores, mas com identidade própria, sem tanto aquela aura de pesadelo que é a marca do cineasta, mas pendendo muito mais para um tom de inocência, para o lado infantil. Aliás, a forma como “ParaNorman” equilibra o terror sendo um filme “para crianças” é digno de nota. Tem temas pesados tratados de forma séria e lúdica, homenagens aos clássicos (Romero ficaria satisfeito), bons sustos, humor, aventura e lição de moral. É para aplaudir! Onde assistir: AppleTV (para alugar).
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