ECONOMIA

PIB do Brasil cresce acima do esperado no 2º trimestre

Com o impulso da demanda interna, a economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses iniciais de 2024.

PIB do Brasil cresce acima do esperado no 2º trimestre PIB do Brasil cresce acima do esperado no 2º trimestre PIB do Brasil cresce acima do esperado no 2º trimestre PIB do Brasil cresce acima do esperado no 2º trimestre
Resultado representa um crescimento menor do que no segundo trimestre. Foto: Divulgação
Resultado representa um crescimento menor do que no segundo trimestre. Foto: Divulgação

Com o impulso da demanda interna, a economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses iniciais de 2024. É o que apontam dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A alta mostra uma aceleração da economia após avanço de 1% no primeiro trimestre. O desempenho de janeiro a março foi revisado para cima nesta terça pelo IBGE -de 0,8% para 1%.

O crescimento de 1,4% é o maior desde o quarto trimestre de 2020, quando a variação havia sido de 3,7%, sob impacto da base de comparação fragilizada pela pandemia.

O novo resultado veio acima da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam crescimento de 0,9%.

O PIB está no maior nível da série histórica do IBGE, iniciada em 1996. “O crescimento do segundo trimestre está totalmente concentrado na demanda interna, especialmente consumo e investimentos”, disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do instituto.

O resultado ocorreu em meio a um contexto de ganhos de renda com o mercado de trabalho aquecido e transferências governamentais. O cenário, dizem analistas, estimulou a demanda por bens e serviços.

Na comparação com o primeiro trimestre, houve avanços de 1,3% no consumo das famílias e no consumo do governo. No caso do segundo componente, Palis citou a proximidade das eleições municipais, que costuma impulsionar os gastos públicos.

Ao contrário de período recentes, o setor externo agora teve influência negativa para o desempenho da economia, com as importações (7,6%) avançando mais do que as exportações (1,4%).

A expectativa do mercado financeiro para o PIB no acumulado deste ano é de avanço de 2,46%, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC (Banco Central) na segunda (2). Ao final de 2023, a previsão para 2024 era menor, de 1,52%.

Outro fator que marcou o segundo trimestre deste ano foi o registro de enchentes de proporções históricas no Rio Grande do Sul. A catástrofe destruiu moradias, lojas, fábricas e propriedades rurais.

Em um primeiro momento, o caso levou a uma onda de projeções pessimistas para a atividade econômica no segundo trimestre. Essa leitura, contudo, passou a mudar a partir da divulgação de dados econômicos do estado.

Com o passar dos meses, analistas passaram a ver sinais de recuperação mais rápida e impactos menos negativos do que os previstos inicialmente.

Parte dos economistas ainda se questiona sobre a sustentabilidade do ritmo de crescimento do PIB com o impulso do aumento da renda via mercado de trabalho e transferências governamentais. A incerteza fiscal segue como um ponto de atenção.

*LEONARDO VIECELI E EDUARDO CUCOLO