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Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a varíola do macaco (Monkey Po ou Mpox) como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Este aviso visa estabelecer uma resposta coordenada e colaborativa em nível global para enfrentar a doença, sem que isso implique, necessariamente, na iminência de uma nova pandemia.
O farmacêutico Marcos Santos, técnico da Coordenação de IST/Aids da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), explica as características principais e formas de contágio da doença.
O vírus se propaga entre indivíduos através do contato próximo com uma pessoa contaminada, ocorrendo por meio de gotículas de curta distância durante a fala ou respiração, contato direto da pele (como em relações sexuais) e interação boca a boca ou boca a pele.
“Aqueles que estão com Mpox permanecem contagiosos até que todas as lesões se tornem crostas e se desprendam, revelando pele nova. A transmissão pode ocorrer enquanto as lesões localizadas nos olhos, boca, garganta, vagina e ânus ainda não cicatrizaram, um processo que geralmente pode levar de duas a quatro semanas”, esclarece.
SINTOMAS
Marcos Santos, diz que os principais sintomas de Mpox são as lesões e erupções na pele, que podem vir acompanhadas de outros sintomas como febre, dor de cabeça intensa, dores musculares e linfonodos inchados (ínguas). “A cefaléia, dor no corpo, febre, principalmente na lombar é muito comum, e a vesícula. Só que esses sintomas são comuns de outras infecções, como herpes zóster, até como sífilis. Então a gente chama isso de diferencial”, explica.
Em 2023, o estado do Pará reportou 32 casos de Mpox. Até agora, em 2024, foram confirmados 2 casos. Em relação ao número de óbitos, foi registrado 1 caso fatal em 2023, conforme informações da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa).
“É importante ressaltar que esses dois ainda eram da variante antiga e foi no início do ano. Então assim, hoje nós temos três pacientes de investigação, sendo que um já saiu resultado, era Herpes Zoster, era do município de Tucuruí. Os outros dois pacientes em investigação do município de Belém é quase certo que esses pacientes não estão com o Mpox”, pontua.
“Como a gente é vigilância em saúde, a gente realmente é um guarda-chuva grande, ou seja, a gente precisa realmente fazer a testagem em todos aqueles que têm suspensão, ou seja, que têm vesícula, que têm os mesmos sintomas”, inclui.
PLANO
Marcos afirma que existe um plano de contingência que já foi publicado e está em vigor desde a primeira emergência, o qual nunca foi encerrado. “Ele possui fluxos claramente estabelecidos tanto na área de epidemiologia, que abrange a notificação de casos suspeitos e confirmados, assim como a investigação dos contactantes, quanto no que diz respeito ao laboratório. Atualmente, a responsabilidade pela detecção, seja do Mpox ou para diagnósticos diferenciais, recai sobre o laboratório estadual, o Lacen”, diz.
O especialista diz que o tratamento se baseia exclusivamente na sintomatologia. Dessa forma, ao identificar a presença dos sintomas, o manejo das manifestações é realizado de forma mais ágil, o que, por sua vez, aumenta as chances de o paciente apresentar alguma gravidade em função da infecção. A duração média dos sintomas varia de duas a quatro semanas.
CUIDADOS
“O cuidado maior é para a população que vive com HIV/ AIDS, porque são os imunossuprimidos, que têm um risco aumentado de contrair infecções graves”, disse.
“Inclusive, o único óbito que nós tivemos aqui no estado do Pará, que foi em janeiro de 2023, era de um rapaz que vivia com HIV/AIDS”, relembra.
O farmacêutico alerta que em caso de sintomas compatíveis de Mpox, procure uma unidade de saúde para avaliação e informe se você teve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível, isole-se e evite contato próximo com outras pessoas.