Grande Belém

Gêmeos nascidos em hospital de Belém participam de ‘canguru duplo’

O Método Canguru Duplo, desenvolvido pela equipe multiprofissional do HRAS, consiste em oferecer atenção humanizada aos bebês prematuros ou de baixo peso, e também a seus familiares. Foto: Agência Pará
O Método Canguru Duplo, desenvolvido pela equipe multiprofissional do HRAS, consiste em oferecer atenção humanizada aos bebês prematuros ou de baixo peso, e também a seus familiares. Foto: Agência Pará

Os gêmeos Noah e Gael, nascidos no último dia 15 de dezembro na maternidade do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), localizado em Icoaraci, distrito de Belém, estão aproveitando os primeiros dias de vida de uma maneira bem especial: em um canguru duplo, no colo da mãe, Ellen Pastana. A personal trainer de 36 anos descreveu o momento como “inesquecível”. “Fiquei tão emocionada. Meu coração se encheu de alegria em ver meus filhos juntinhos de novo”, declarou.

O Método Canguru Duplo, desenvolvido pela equipe multiprofissional do HRAS, consiste em oferecer atenção humanizada aos bebês prematuros ou de baixo peso, e também a seus familiares. “Utilizamos uma bolsa específica, onde o bebê ficará apenas de fralda junto ao colo de sua mãe, para que o contato pele a pele seja feito. Para os gêmeos, a ideia surgiu enquanto conversava com a mãe. Ela me disse que se sentia mal em colocar apenas um dos gêmeos no contato pele a pele, mesmo sendo de forma alternada, pois sentia culpa em não dar atenção ao outro enquanto um deles estava no colo”, explicou Luanda Campos, terapeuta ocupacional do HRAS.

“Foi quando sugeri que colocássemos os dois juntos, levando em consideração que são gêmeos. No mesmo instante, ela aceitou. Foi um momento lindo e inesquecível para ambos”, acrescentou a terapeuta.

Por serem prematuros, Noah e Gael precisam de cuidados específicos durante os primeiros meses. Foto: Agência Pará

Por serem prematuros, Noah e Gael precisam de cuidados específicos durante os primeiros meses. “A atuação da equipe multi vem justamente com o objetivo de prevenir ou minimizar a repercussão da prematuridade no desenvolvimento neuropsicomotor desse bebê, e favorecer um crescimento saudável”, acrescentou a profissional.

Para Ellen Pastana, o primeiro contato direto com os filhos ficará eternizado. “Como eles precisaram ficar um tempo na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), tiveram que ficar separados. Foi a primeira vez dos dois juntos, um do ladinho do outro. Tenho certeza de que eles sentiam essa falta, já que são gêmeos univitelinos, ou seja, foram gerados em uma única placenta”, informou.

Durante o aconchego, Noah e Gael também puderam ser amamentados ao mesmo tempo. Para Caroline Alcântara, fonoaudióloga do HRAS, o suporte na amamentação para bebês prematuros é fundamental. “No atendimento de gemelares prematuros não é diferente. Mesmo cada bebê sendo único, e tendo suas particularidades, é possível proporcionar o vínculo e a amamentação em conjunto, sempre cercando a família de orientações e apoio no manejo”, explicou a fonoaudióloga.

Para a mãe, relacionar o momento com o ato de amamentar foi prazeroso. “Eu já estava querendo fazer isso, amamentar os dois ao mesmo tempo. Senti certo medo de não conseguir dar de mamar aos meus bebês, pois estavam na incubadora. Pensei que meu peito iria secar, e que eles não teriam acesso ao meu leite. Mas com a ajuda de todos os profissionais daqui do ‘Abelardo’ consegui dar o meu peito para eles”, disse Ellen.