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Depois da pandemia, as oportunidades

Depois da pandemia, as oportunidades

Cintia Magno

O cenário de mudanças intensas e aceleradas imposto pela Pandemia da Covid-19 causou grandes impactos aos micro e pequenos empreendedores, que precisaram reformular suas estratégias de negócios em pouco tempo. Sem nenhuma referência anterior diante de mudanças tão bruscas, a internet e as redes sociais foram grandes aliadas na aproximação com o cliente e na própria sobrevivência dos negócios. Apesar dos desafios, o período deixou também ensinamentos que podem ser cultivados também no cenário pós-pandêmico.

O diretor-superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Pará, Rubens Magno, lembra que as próprias formas de consumo mudaram durante a pandemia, portanto, o período foi de desafios para os pequenos negócios. “Nem todos estavam preparados, nem todos os negócios estavam estabelecidos no meio digital, por exemplo, e precisaram se alinhar com as demandas emergentes da transformação digital ou correr o risco de fechar as portas. A presença digital se tornou algo vital para a sobrevivência dos empreendimentos”, considera, ao lembrar que não foram apenas as formas de consumo que foram impactadas. “O formato de trabalho também sofreu mudanças, uma vez que as empresas trabalhavam basicamente de forma presencial e o trabalho remoto ainda não era tão habitual. Isso precisou mudar e hoje o trabalho remoto ou híbrido já é uma realidade em muitos empreendimentos”.

Diante de tantas demandas, que precisaram ser abraçadas pelos empreendedores, desde a adesão a softwares ou aplicativos que permitissem acompanhamento mais efetivo dos negócios, até inovações na gestão financeira, por exemplo, a pandemia acabou por deixar aprendizados importantes para quem está à frente de um pequeno negócio ou para quem deseja empreender. “A pandemia trouxe a necessidade de reinvenção dos empreendimentos para sobreviver em um ambiente de instabilidade”, considera o diretor-superintendente do Sebrae no Pará. “Para quem está à frente de um pequeno negócio, a pandemia deixou algumas lições, dentre as quais podemos destacar três. A primeira é transformação digital, que representa um dos maiores pilares das mudanças no ambiente empreendedor, em âmbito universal, ajudando a conduzir as empresas para um processo de sobrevivência no ápice da pandemia, mas também, criando oportunidades para novos empreendedores que passaram a integrar o mercado digital”.

A segunda lição, segundo Rubens Magno, é a necessidade de uma liderança ágil, uma vez que os líderes tiveram um papel essencial no processo de transformação e sobrevivência das empresas durante a pandemia. “Para passar pelas etapas mais difíceis da restrição social, foi preciso contar com estratégias, processos e gestão de pessoas de forma equilibrada e ágil”, aponta. “Também é preciso falar sobre estratégia para pequenos negócios. Com entendimento prático de transformação digital e mais informações sobre o perfil desse novo consumidor que surge no pós-pandemia, os pequenos negócios puderam utilizar novas alternativas e criar negócios inovadores. As crises fazem parte do contexto de quem empreende. Porém, é preciso que os pequenos negócios se mantenham estratégicos, saibam utilizar as informações e compreendam os movimentos que o mercado faz”.

PÓS-PANDEMIA

Dentre as mudanças que acompanharam a pandemia e que devem permanecer, Rubens Magno cita alguns exemplos. “Podemos citar exemplos como a transformação digital dos negócios e dos meios de pagamento. Os negócios, de maneira geral, nascem digital e só depois seguem para o modelo físico. Parte significativa das operações das empresas começam com a digitalização dos processos, das operações e da comercialização de produtos e serviços. Isso não irá mudar, a tendência é acelerar”, avalia. “Em relação aos meios de pagamento, o aumento das transações via pix é uma realidade, inclusive, o pix parcelado, que em 2022 começou também a ser utilizado como forma de pagamento pelos maiores e-commerce brasileiros”.

Outro aspecto da pandemia que deve permanecer, segundo o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, é o uso inteligente de dados. “Em um cenário de instabilidade, é difícil uma empresa ter vida útil sem o uso adequado de dados para tomar decisões estratégicas. As transformações são contínuas e as crises tendem a ser cada vez mais frequentes, com impacto imediato e necessidade de tomada de decisões frequentes”, afirma. “O uso de meios digitais para capacitação também é outro aspecto que veio para ficar, uma vez que isso torna o processo mais adaptável e flexível para as pessoas que empreendem”.

 

MUDANÇAS

CENÁRIOS

l Os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 aos pequenos negócios deixaram condições que vieram para ficar. Confira as mudanças que, de acordo com o diretor-superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Pará, Rubens Magno, devem permanecer mesmo no cenário pós-pandêmico:

1 Transformação digital: As transformações digitais dos negócios e dos meios de pagamento devem se manter.

2 Transações via pix: Em relação aos meios de pagamento, o aumento das transações via pix é uma realidade que também deve ser mantida e, inclusive, intensificada.

3 Uso inteligente de dados: O uso adequado de dados para tomar decisões estratégicas é outra mudança que veio para ficar.

4 Capacitação por meios digitais: O uso de meios digitais para capacitação também é outro aspecto que veio para ficar.

Rubens Magno lembra que a transformação digital pode ser aliada dos negócios no pós-pandemia. FOTO: divulgação