Grande Belém

Doença de Chagas: 9 pessoas adoecem após consumirem açaí na Pratinha

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Paraenses apreciadores questionam guia de internet que colocou o fruto em 9º lugar entre as melhores frutas do mundo. Para quem toma quase diariamente, ou trabalha com o produto, era para estar no topo da lista Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informa que foram confirmados, pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), nove casos de doença de chagas no bairro da Pratinha. No total, houve 11 notificações no bairro.

Todos os pacientes relatam ter consumido açaí antes de apresentarem os sinais e sintomas característicos da doença. Treze pontos de venda de açaí localizados próximos às casas dos pacientes passarão por visita técnica do Departamento de Vigilância Sanitária do município.

A Sesma está com equipes na área, no trabalho de vigilância e educação em saúde. Nesta sexta-feira, 11, foram distribuídos informativos para a população sobre a doença e os locais aptos a fazer o exame que detecta a infecção, que são as Unidades Básicas de Saúde (UBS) Carmelândia, Marambaia, Satélite, Pratinha, Tapanã, Telégrafo, Terra Firme, Providência, Paraíso dos Pássaros, Carananduba, Outeiro, Mosqueiro, Águas Lindas, Bengui II, Cabanagem, Curió, Maguari, Guamá, Icoaraci e Jurunas, além das Estratégias Saúde da Família (ESF) Água Cristal, Parque Guajará, Águas Negras e Tenoné.

Todos os pacientes que tiveram resultado positivo serão encaminhados para consultas cardiológicas no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. Os servidores das ESF Pratinha I e II e da Unidades Básica de Saúde (UBS) do bairro receberam orientações sobre a suspeita da doença.

A Divisão de Vigilância Epidemiológica segue notificando e investigando possíveis outros casos, enquanto agentes de controle de endemias, da Divisão de Controle de Endemias, fazem coleta de amostras de sangue para diagnóstico na área.

A equipe da Atenção Básica também está atuando com a busca ativa em prontuários. Os Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Sesma e do IEC participam da ação.

SINTOMAS

A Sesma orienta que procure as unidades aptas a fazer o exame toda pessoa que, após consumir açaí, apresentar febre prolongada há mais de sete dias, acompanhada de dores de cabeça e no corpo, fraqueza intensa, aparecimento de nódulos, diarreia, vômito, irritabilidade da pele e inchaço (principalmente no rosto e nas pernas).

TRANSMISSÃO

A transmissão acontece pelas fezes do “barbeiro” depositadas sobre a pele da pessoa, enquanto o inseto suga o sangue. A picada provoca coceira, facilitando a entrada do tripanossomo no organismo, o que também pode ocorrer pela mucosa dos olhos, do nariz e da boca ou por feridas e cortes recentes na pele. Outros mecanismos de transmissão são a transfusão de sangue de doador portador da doença, a transmissão vertical via placenta (mãe para filho), a ingestão de carne contaminada ou acidentalmente em laboratórios.

PLANTÃO

Quem apresentar esses sintomas também pode telefonar para o Plantão da Divisão de Vigilância Epidemiológica, no telefone (91) 98417-3985 ou (91) 3184-6128.