Grande Belém

Prática da canoagem cresce em Belém

Prática da canoagem cresce em Belém

Matheus Miranda

Belém tem ganhado espaço expressivo de destaque em esportes aquáticos. Tradicionalmente o remo olímpico era a principal vitrine, mas hoje conta com a ascensão de uma modalidade que chegou para ficar devido à sua presença em conjunto as atividades física, bem-estar e o principal pilar, a possibilidade de compartilhar experiência com a natureza nos rios, mares e lagoas, que é a canoagem havaiana.

Inserida no gosto paraense há 10 anos, o esporte teve o seu estouro há 5 com praticantes assíduos. Hoje, a capital paraense conta com cerca de 10 bases de ensino, fator essencial para o desenvolvimento dos atletas. Nedson Rosa, líder da equipe Canoeiros, que envolve canoagem e caíaque, destaca.

“A canoagem faz parte da nossa cultura há anos, de uma maneira rica e forte, desde à época em que servia como transporte. Na prática do esporte em si, temos o remo olímpico que é tradicional, o caiaque que já faz parte há 20 anos da rotina local, eu particularmente estou envolvido há 15, e a canoagem havaiana. É um esporte que permite um resgate das pessoas com a natureza. Além do bem-estar físico, tem o mental. É um momento de contemplação, de contato com a natureza. Uns vão pela competição e outros pela contemplação vendo os diversos braços de rio. Somos privilegiados por contar com mais de 40 ilhas”, comentou.

Desse modo, Nedson aponta o potencial local como gerador de novos talentos. “O Pará é um grande celeiro de atletas e de promessas. E isso ocorre pelo nosso local desafiador. Outro ponto é que a canoagem é um esporte democrático, com passeio para iniciantes e com experiência. Estudamos a maré para entrar na água e aproveitar uma linda aventura com segurança, acima de tudo”, completa.

A canoagem havaiana tem ganhado destaque em Belém pela facilidade de acesso aos rios, a paisagem e o gosto dos paraenses por esportes. FOTO: Mauro Ângelo

DEMANDA

Embora seja considerado um esporte novo, a demanda para o aprendizado da canoagem tem sido enorme, especialmente com a pandemia de Covid-19. Luciana Quintana, proprietária da Caruanas Va’a, explica. “Teve o ‘boom’ da pandemia porque ninguém queria ficar em casa ou em locais fechados, então houve o fortalecimento dos esportes náuticos com as pessoas correndo para a água. É uma atividade ao ar livre, que somado a água, visualizar o sol nascer ou se pôr, melhora por si só a qualidade de vida”, detalhou.

Ainda de acordo com Luciana, que pratica o esporte desde 2016, a modalidade se torna cada vez mais frequente no dia a dia dos praticantes. “Tem um aluno que fiz que precisa ir remar antes de ir trabalhar. É um esporte diferente, porque te permite passeios em furos, ilhas, tudo para contemplar a Amazônia. Isso engrandece o nosso treino e o resultado. É um esporte silencioso, mas ao mesmo tempo coletivo. Você se conecta consigo mesmo e com a natureza, também”, expressou.

Luciana Quintana pratica a modalidade desde 2016. Foto: Reprodução

COMPETIÇÃO

No último dia 15 de outubro, o esporte náutico paraense ganhou uma competição à altura das águas desafiadoras das ilhas ao redor de Belém, com a maior prova de canoas havaianas em extensão de percurso sem troca de guarnição do Brasil, com a I edição do Amazon Iron Paddle. O evento foi idealizado e promovido pela Amazon Paddle Club, base esportiva de remo esportivo na Ilha do Combú.

A corrida contou com 11 guarnições OC6 (com seis remadores) em trajeto de circuito extremo de 40 km com passagem em quatro pontos específicos de validação, desde a saída até a chegada. A primeira edição foi dividida em três categorias: masculina, feminina e mista, todas compartilhando a mesma estratégia no decorrer de mais de 3h de duração: determinação, resistência e muito trabalho em equipe.

De acordo com o idealizador e organizador da prova, Paulo José de Carvalho Filho, a edição de estreia do Amazon Iron Paddle chega para ser uma vitrine na região Norte. “É a maior prova de canoa havaiana aqui da região. Foram 40 KM de muita adrenalina e preparação dos competidores. A gente promoveu ciente de que a nossa região possui um talento em si, do guerreiro, do esforço, do atleta. A gente espera com os anos fomentar mais atletas e criar um grande holofote aqui não só para as competições daqui, mas em todo o país. O primeiro retorno foi de sucesso”, avalia.

 

A canoagem havaiana tem ganhado destaque em Belém pela facilidade de acesso aos rios, a paisagem e o gosto dos paraenses por esportes. FOTO: Mauro Ângelo

VENCEDORES

Campeão na categoria masculino após cruzar a linha de chegada com pouco mais de 3h de remada nas águas, a equipe Amazônia Va’a foi agraciada com a sua regularidade desde a sua saída. O atleta Abimael da Silva, conhecido como Boca, destaca. “Foi uma prova muito boa, resistência pura. Graças a Deus nós conseguimos concluir a prova. A gente pouco se preparou, mas demos tudo de nós. Foi muito emocionante e a equipe toda está de parabéns”, disse o remador que pratica o esporte há dois anos.

Na categoria mista, a equipe Marear foi quem triunfou. Com o percurso de 40 km realizado também em tempo superior a 3h de técnica apurada, os atletas do grupo reforçaram a importância do apoio de cada um para o desfecho positivo. “A gente encarou esse desafio na raça. Foi muito legal, muito desafiador mesmo. Tiramos o primeiro lugar e deu certo. Nós treinamos praticamente todos os dias. Alguns remadores remam quase todos os dias. O resultado foi esse, com a vitória, mas acima de tudo o nosso poder de superação e resistência. Estão todos de parabéns”, celebrou a remadora Dani Almeida.

Aclamada como vencedora na categoria feminina por ser até então a única participante da modalidade, a Amazônia Va’a conseguiu dar um valor especial para o feito. No seu tempo e com a motivação coletiva durante todo o trajeto, a equipe cruzou a linha de chegada depois de 5h de prova e com o sorriso no rosto de cada uma das seis remadoras com a expressão de missão cumprida. Albenise Vasconcelos ponderou.

“A gente tem o maior prazer de nos desafiar. O Amazônia Va’a é isso: companheirismos, igualdade, um pelo outro. Ninguém trabalha só, todo mundo vai junto. Quem tiver a mínima energia busca no fundo e a gente transcende para cada uma ajudar quem precisar. Esse é o resultado”, elogiou o poder em equipe.

SOCIAL

A I edição do Amazon Iron Paddle serviu, também, como uma iniciativa social. 10 % das inscrições serão doadas em benefício da Associação de Remo Guajará que desenvolve um trabalho sócio-ambiental na área de Belém e Ilha do Combú. “Nós temos o nosso trabalho de cunho social. Aqui com a Amazônia Va’a e com a Guajará através de ensinos, promoção no esporte. Acreditamos que o esporte tem esse poder de promover e ascender na vida de qualquer um”, destacou Paulo José de Carvalho Filho.

Serviço

Espaços de ensino e aprendizagem para a prática de canoagem havaiana.

Canoeiros

Contato: (91) 98131-6937

Instagram: @canoeirosk

Caruanas

Contato: (91) 98818-1660 / 99108-2727

Instagram: @caruanasvaa

Canoa Paidégua

Contato: (48) 99177-2900

Instagram: @canoapaidegua

Ubá – Clube Náutico

Contato: (91) 991250505

Instagram: @ubaclubenautico

Marear

Contato: (91) 99101-3946

Instagram: marearcanoagem


Belém Va’a – Clube de Canoa

Contato: (91) 99342-9643

Instagram: @belemvaa

l Amazon Paddle Club

Instagram: @amazonpaddleclub