A Ilha de Caratateua, conhecida popularmente como Outeiro, distrito de Belém, se prepara para ter um aumento significativo no número de visitantes impulsionado pela Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, que será realizada em novembro de 2025. A conferência representa uma oportunidade única para o distrito, tanto em termos de visibilidade quanto de desenvolvimento econômico. No entanto, a infraestrutura local ainda apresenta desafios que precisam ser superados para acolher os turistas de forma adequada.
A Praia do Amor, conhecida pela sua infraestrutura organizada e beleza natural, está entre os destinos que mais atraem visitantes em Outeiro. No restaurante Pré-Amar, localizado na praia, o colaborador Mauro Rodrigues, de 56 anos, conta que os investimentos significativos já foram iniciados visando a conferência climática. Conforme o colaborador, a preparação vai além dos chalés, com investimentos contínuos em pratos diferenciados, e exclusivos do restaurante.
“Estamos finalizando a construção de três chalés, com toda a infraestrutura necessária, como ar-condicionado e banheiros com água quente. A expectativa é que até dezembro estejam prontos para comerçarmos a atender os turistas que já estarão vindo em consequência de muito se falar da COP”, diz.
No Balneário do Careca, localizado na rua Ômega, no bairro Fama, o administrador local Jefferson da Silva, 49, e Brenda Silva, 42, gerente do espaço, pretendem ampliar o ambiente construindo um campo de futebol, opções de brinquedoteca e, além disso, incluir no quadro de funcionários recepcionistas que atendam outros idiomas para melhor receber as demandas da COP. Mas não basta só investir em infraestrutura das propriedades. Jefferson enfatiza a necessidade de melhorias na infraestrutura geral de Outeiro.
Ele menciona que, embora os comerciantes estejam fazendo sua parte, ainda há desafios, como a urbanização e sinalização das vias de acesso, que dificultam a chegada dos possíveis clientes. “A entrada do distrito precisa de urbanização. O asfalto está em péssimas condições, e a sinalização e iluminação são precárias. Já há promessas de obras, mas ainda não iniciaram. Essas são questões urgentes que devem ser solucionadas antes da COP30”, aponta o administrador.
“Uma orla melhor estruturada e quiosques adequados seriam fundamentais para mudar a visão que os visitantes têm do local”, complementou Brenda.
Milton Pinheiro, 64, morador de Outeiro há cinco anos, ressaltou o abandono que a área enfrenta. “Falta saneamento, as ruas alagam e ficam intransitáveis quando chove. Não há condições para o tráfego de veículos de emergência. A iluminação pública é precária, e a segurança fica comprometida “, lamenta sobre a cidade que tem grande possibilidade de turismo para a região.
Para Thais Castro, responsável pelo Bar dos Fortes na Praia Grande, as melhorias na entrada de Outeiro e no saneamento básico são cruciais. “A entrada da Praia Grande está em condições deploráveis, os bueiros estão entupidos. Precisamos de um apoio maior da prefeitura para melhorar essas condições e receber bem os visitantes”, enfatizou.
OTIMISMO
Mesmo diante dos desafios, os empresários locais estão otimistas com a atenção trazida pela COP 30, investindo para melhorar a experiência dos turistas, o que resultará em melhorias tanto para os visitantes quanto para garantir que Outeiro esteja preparado para acolher os moradores da área. Jefferson planeja a implementação de um parque aquático e outros atrativos no balneário. “Queremos oferecer mais opções de lazer, como eventos regionais e um espaço para esportes”, revelou.
Brenda, por sua vez, acredita que a pressão gerada pela conferência climática pode acelerar as melhorias necessárias. “A COP 30 traz uma demanda que pode pressionar e fazer com que olhem para nós. Precisamos de uma infraestrutura adequada para receber bem os turistas e aproveitar a oportunidade de mostrar também o Outeiro ao mundo”, afirmou.