O Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo da Faculdade de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia (GGeotur), da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizou ontem de manhã uma edição especial do Projeto Roteiros Geo-turísticos. O evento, parte da programação da 76ª Reunião Anual da SBPC, levou participantes de diversas regiões do Brasil a um passeio que começou no Forte do Presépio e terminou no tradicional Ver-o-Peso, revelando a riqueza histórica e cultural de Belém.
O percurso, que incluiu paradas em locais icônicos como a Praça do Relógio, a Pedra do Peixe e o Mercado de Carne Francisco Bolonha, foi guiado por estudantes e professores que compartilharam conhecimentos sobre os patrimônios material, imaterial, cultural e ambiental da cidade.
A edição especial do projeto não só atraiu os participantes da SBPC, mas também despertou a curiosidade de outros visitantes, como Kethelen Torres, 23, estudante de arquitetura que veio de Macapá e está na cidade pela primeira vez. Para ela, a experiência foi enriquecedora.
“Estou maravilhada com a oportunidade de ver de perto o que estudei. Belém tem uma riqueza arquitetônica incrível que nos permite visualizar diferentes períodos históricos apenas caminhando pelo centro. Já visitei a Basílica de Nazaré e o Parque Mangal das Garças. Estou encantada com a cultura e a história que encontrei aqui”, disse.
O Projeto Roteiros Geo-turísticos, que completou 13 anos de existência, continua a ser uma ferramenta valiosa para a promoção da educação patrimonial e do turismo cultural. Com roteiros variados, ocorre pelo menos uma vez ao mês e segue conectando as pessoas à história viva da cidade, reforçando a importância de preservar o patrimônio histórico.
“Nosso objetivo é proporcionar uma educação patrimonial que vai além de apenas relembrar o passado. Queremos que os moradores e visitantes compreendam a história e a cultura de Belém e de todo o Pará de uma maneira mais profunda e crítica”, explicou a coordenadora do projeto, a professora Maria Goretti Tavares.
O projeto, ativo desde janeiro de 2011, já contou com a participação de aproximadamente 10 mil pessoas. E abrange uma equipe composta por 10 a 15 monitores, entre estudantes de graduação, mestrado, doutorado, além de 20 professores de diversas áreas, como geografia, turismo, arquitetura e história da UFPA. “Cerca de 95% dos nossos participantes são moradores de Belém. É gratificante ver o interesse deles em conhecer mais sobre sua própria cidade e, com isso, valorizá-la ainda mais”, afirmou a coordenadora.
O projeto já recebeu prêmios importantes, como o reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2016, pela contribuição na valorização do patrimônio cultural, além de homenagens ligadas à cultura, vindas da Assembleia Legislativa do Pará, e também, da Secretaria de Cultura, no ano passado. “Esses reconhecimentos mostram a relevância do nosso trabalho na promoção da educação patrimonial e do turismo cultural”, acrescentou.
Ivina Larissa, de 28 anos, graduada em Turismo e mestranda em Patrimônio Histórico Cultural (PPGPatri), também ressaltou a relevância do projeto. “O turismo tem um olhar muitas vezes romântico sobre a cidade, mas nosso projeto busca oferecer a perspectiva do cidadão, mostrando que a história e o patrimônio têm diferentes significados e importâncias para aqueles que vivem aqui”, comentou.
Texto de Even Oliveira