Even Oliveira
O trânsito é um desafio cotidiano, afinal, em Belém, os buracos nas vias vêm se tornando cada vez mais comuns, com impactos significativos na vida dos moradores e motoristas. Na avenida Padre Bruno Sechi, no bairro Mangueirão, um buraco que tem como “adorno” restos de sofá, sacos e até madeira com pregos acaba provocando dificuldades diárias para quem precisa passar pela via.
A situação de transtorno não é diferente no bairro da Terra Firme, especialmente na rua São Domingos, no cruzamento com a avenida Celso Malcher, onde a população também enfrenta complicações diárias com as ruas cheias de buracos. O mototaxista Fabrício Ferreira, de 37 anos, conta que o ponto de mototáxi em que trabalha há um ano fica em frente a um dos buracos. “Estou aqui há um tempo, mas a maioria dos rapazes que já trabalham aqui há anos nunca viu a prefeitura tomar uma atitude para resolver esse problema. Já fizemos apelos e filmagens,
mas nada foi feito”, diz.
Fabrício ainda mencionou um incidente recente provocado pela junção da cratera com as chuvas. “Uma moça e a filha caíram de moto por causa de um dos buracos. Nesse dia choveu e quase não dava para ver que havia esses buracos e isso só demonstra a gravidade do problema”, relata.
Adriel De Alfaia Portilho, 37, também mototaxista, compartilhou sua indignação diante do cenário na rua São Domingos. “É péssimo. Quando chove, os buracos ficam cobertos de água, tornando quase impossível passar. Já vi muitas pessoas caindo, inclusive eu mesmo. Estamos aqui há quatro meses e nada é feito. A prefeitura vem, olha, e vai embora
sem resolver”, desabafa.
Ainda no bairro da Terra Firme, o autônomo Miguel Lopes, borracheiro na Rua da Olaria, próximo à avenida Tucunduba, confirmou que os buracos estão presentes há vários meses. “Esses buracos já causaram muitos acidentes, principalmente com motos porque desequilibram. É uma situação complicada e perigosa, quando chove piora tudo”, afirma Miguel.
Kayk Baia, 20, motoboy, fala que passa diariamente pela área e os buracos já estão ali há mais de um ano, atrapalhando, além do trabalho dele, a circulação de crianças e idosos. Para ele, a situação é de risco constante e nas áreas periféricas a situação é ainda pior.
“Recentemente quase derrapei com a moto por causa dos buracos cobertos de água. A situação é crítica, e a infraestrutura não corresponde aos impostos que pagamos. Já observei que começaram a asfaltar algumas áreas, mas apenas os bairros mais centrais, enquanto as periferias continuam negligenciadas, tanto no saneamento básico quanto na pavimentação. Isso causa prejuízos até mesmo para aqueles que se arriscam a adquirir veículos e acabam sofrendo com as más condições das ruas”, desabafa.