Grande Belém

Lixão a céu aberto é tormento para moradores da Terra Firme

Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará
Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará

Trayce Melo

Quem mora na Avenida Tucunduba, perto do conjunto Liberdade 1 (Abrigo), no bairro da Terra Firme, sofre com o lixão a céu aberto e o mau cheiro na área. De acordo com os moradores, pessoas de outros bairros também despejam lixo no local.

Passar pelo local é correr o risco de contrair alguma doença, pois a sujeira é tanta que parte da via ficou parcialmente obstruída. No local, são despejados desde madeira, carcaça de eletrodomésticos até caroços de açaí e lixo doméstico. O grande acúmulo de resíduos domésticos e entulhos abandonados não apenas dá um aspecto de “lixão” à área, que fica às margens da via Marginal do Igarapé do Tucunduba, como é um verdadeiro convite para a proliferação de ratos e urubus.

Na mesma via, a lama e os buracos também são outro problema. A precariedade da pavimentação danifica veículos e coloca em risco a segurança de quem transita pelas vias. Com as últimas chuvas, formaram-se várias poças de água, que se misturam com o lixo, colocando em risco, mais uma vez, a saúde dos moradores da região.

Há um ponto de ônibus no local, mas sem abrigo. Coberto de lixo, esperar pelo coletivo tornou-se um risco, mas não há outra opção para quem não tem outros meios de transporte, e também não há outras rotas de ônibus.

Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

A aposentada Nazaré dos Santos, de 75 anos, mora há muitos anos no conjunto Liberdade, e diz que o problema ocorre há meses. “Essa é a rua principal do bairro, onde o fluxo de carros é intenso, além de passar linhas de ônibus. Tem dias que não dá pra passar porque o lixo já toma mais da metade da rua e fica a disputa de um carro de cada vez. Não consigo entender como uma rua que é rota de linha de ônibus pode ser tão abandonada”, disse.

Ela conta também que os próprios moradores jogam lixo na esquina e, mesmo quando a área é totalmente limpa, a sujeira volta. “Grande parte do lixo é de origem doméstica. Antes havia um contêiner aqui de descarte de lixo, mas foi retirado. E também vem pessoas em carros de outros bairros jogar todo o tipo de lixo aqui”, comenta.

Diego Araújo, de 27 anos, é proprietário de um carrinho de vendas em frente ao lixão a céu aberto. Ele diz que as vendas ficam prejudicadas com essa situação. “Eu trabalho aqui porque é o jeito. E acho que o lixão do Aurá passou foi pra cá, pois todo lixo despejam aqui. Minhas vendas são muito prejudicadas, porque os clientes gostam do meu produto, mas dizem que não têm condições de conviver com esse odor. Um colega que vendia café aqui, teve que fechar a barraca”, reclama.

Nota

Procurada pelo DIÁRIO, a Prefeitura de Belém encaminhou a demanda para a Ciclus Amazônia, responsável pela coleta de lixo.

A empresa enviou nota na qual informa que a coleta é realizada de segunda a sábado, a partir das 7h. A empresa pede ainda que as pessoas utilizem os locais corretos para descarte de resíduos, “a fim de evitar o acúmulo de lixo nas vias”. A nota ressalta que o trecho recebe constantemente ações de educação ambiental realizadas pela equipe da Ciclus Amazônia.

Na nota, a empresa também reforça que já recolheu mais de 60 mil toneladas de resíduos, totalizando 378 mil horas trabalhadas por seus colaboradores, e mais de 45 mil quilômetros percorridos.