Grande Belém

Ciclistas são expostos a riscos por ocupação de ciclofaixas

Belém, Pará, Brasil. Cidade, Retranca: INFRAÇÃO / CICLOFAIXAS - . Gancho: é necessário respeitar as ciclofaixas, que são destinadas, exclusivamente, para os ciclistas e para a boa circulação do trânsito. Local:   Trav. Lomas Valentina - Belém. Data: 30/08/2022. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Belém, Pará, Brasil. Cidade, Retranca: INFRAÇÃO / CICLOFAIXAS - . Gancho: é necessário respeitar as ciclofaixas, que são destinadas, exclusivamente, para os ciclistas e para a boa circulação do trânsito. Local: Trav. Lomas Valentina - Belém. Data: 30/08/2022. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Mesmo com faixas e placas, lixo e veículos estacionados tomam conta das vias exclusivas. FOTOS: MAURO ÂNGELO

Irlaine Nóbrega

 

As ciclofaixas de Belém estão sendo utilizadas de forma irregular. Isso porque os locais da cidade que dispõem do espaço destinado aos ciclistas servem de estacionamento para veículos e descarte de lixo e entulhos. A situação é considerada perigosa à integridade dos ciclistas, que apelam para o meio da pista para se locomover. O DIÁRIO percorreu as ruas da capital e registrou as irregularidades ao longo das ciclofaixas.

Os problemas já começam a aparecer ao longo da travessa Lomas Valentinas. Na altura da Pedro Miranda com Marquês de Herval, no bairro da Pedreira, sacos de lixo foram descartados em frente a uma academia, no meio da ciclofaixa. Por lá, o espaço destinado aos ciclistas serve como estacionamento de carros e motos, o que dificulta o trânsito das bicicletas.

O ponto mais crítico fica concentrado no perímetro entre Marquês de Herval e Visconde de Inhaúma, onde fica localizada uma unidade de saúde particular. Do lado oposto do estabelecimento, a faixa de ciclista está desgastada e os motoristas aproveitam para estacionar para o desembarque de pacientes. Além dos carros, motos e veículos pesados, como os caminhões, objetos improvisados são colocados para guardar vagas. Ainda é possível encontrar lixo e entulhos, como galhos e pedaços de madeira, descartados na ciclofaixa.

O perímetro é o caminho diário até o trabalho de Alex Souza, 58 anos. Para transitar pelo local, o agente de portaria apela para o meio da rua, onde disputa espaço com outros veículos maiores. Segundo ele, o problema e a dificuldade de transitar são antigos, o que já fez com que ele se envolvesse em acidentes leves. Por isso, o medo do perigo é constante.

“Isso é muito ruim porque é arriscado bater a gente como às vezes acontece. Acho essa situação muito ruim mesmo porque era para ser a nossa faixa, mas as pessoas estacionam tudo aí. A gente fica contando com a sorte passando aqui no meio dos carros. Já me jogaram da bicicleta, outra vez eu saí levando um carro mais lá na frente que resolveu estacionar na hora que eu ia passando. É bem perigoso”, contou o agente de portaria.

 

Mesmo com faixas e placas, lixo e veículos estacionados tomam conta das vias exclusivas. FOTOS: MAURO ÂNGELO

APAGADA

O mesmo problema também está presente ao longo da travessa Vileta, principalmente no perímetro entre avenida Duque de Caxias até a Rômulo Maiorana. A faixa, que antes era destinada ao trânsito de bicicletas, se encontra completamente apagada. Apenas uma placa indica que o local seria de uso dos ciclistas, mas veículos estacionam pelo local.

Na ciclofaixa presente ao longo da avenida Perimetral, carros particulares, caminhões e até carroceiros tomam conta dos espaços em frente a estabelecimentos comerciais. Para os ciclistas, o perigo é constante, já que o trânsito é pesado e os veículos passam em alta velocidade pelo local. A bicicleta é o principal meio de transporte e sustento de João Gama, 62, que transita todo dia pela avenida para ir ao trabalho. “Eu sempre ando de bicicleta, essa é a minha rota diariamente. Esse negócio de carro na ciclofaixa acontece muito. Quando eu passo aqui de madrugada, umas cinco horas da manhã, os carros estão atravessados no meio da faixa. É uma falta de respeito e consideração com a gente”, afirma o autônomo.