Diego Monteiro
Na tarde de ontem (4), a equipe do DIÁRIO percorreu diversas vias do bairro da Pedreira, incluindo as travessas Angustura e Lomas Valentina, e as avenidas Duque de Caxias e Visconde de Inhaúma. Ao longo do percurso, encontrou bastante lixo, como móveis antigos, equipamentos eletrônicos, sacolas plásticas, entulho, pneus, vidros quebrados e resíduos eletrônicos.
“É uma vergonha ver a nossa cidade assim”, declara José Augusto, 58 anos. Segundo o motorista, que percorre diariamente as ruas de Belém, a quantidade de lixo tem se tornado um problema. “Tudo que você possa imaginar tem jogado pelos canteiros, calçadas, meio-fio, ou na própria via. Além do risco desses materiais, às vezes cortantes, o odor que a cidade enfrenta é triste”, disse. “Na Visconde, enfrentamos um problema que persiste há mais de duas semanas. Em todos os cantos, há sujeiras. Uma equipe da Prefeitura de Belém veio prometendo recolher, mas até agora nada”, acrescenta José.
Ainda na mesma avenida, porém agora na esquina com a travessa Angustura, um depósito de resíduos se formou ali, ocupando toda a calçada que deveria estar livre para os pedestres. A população, para seguir adiante, é forçada a se arriscar acessando a pista. “Fora que é uma área onde há a presença de crianças e o risco de se machucar os pés e se contaminar é muito grande”, conclui Augusto.
DENGUE
Em outro ponto, na travessa Lomas Valentina, em frente ao Pará Clube, há mais perigo: há um acúmulo de restos de construção, que contém desde sanitários até madeiras com pregos, vidros e metais cortantes. Esse fato se repete do outro lado na pista, entre as passagens Alacid Nunes e Ana Laura. “Além disso, há diversos focos de mosquito da dengue”, diz Luiza do Socorro, 22 anos.
De acordo com a estudante, essa cena se repete em vários pontos da cidade, com um detalhe: enquanto uns oferecem risco a integridade física, outros atrapalham a rotina da população por causa do forte odor devido aos restos de comida, fezes e animais em estado de decomposição. “As pessoas precisam ser submetidas a medidas extremas para aprenderem, o que não seria necessário se tivessem a consciência de que jogar lixo na rua prejudica suas vidas e a de quem não tem nada a ver com essa situação. Sou a favor de mais fiscalização para vislumbrarmos uma cidade melhor “, opina a universitária.
SEM RESPOSTA
SESAN
l O DIÁRIO também solicitou resposta à Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) de Belém sobre os trabalhos do órgão relacionados à limpeza das ruas e à regularidade da coleta de lixo nos pontos citados pela reportagem. No entanto, até o fechamento desta matéria, não foi recebida nenhuma resposta do órgão.
Quem descarta lixo de maneira irregular pode responder pelo crime previsto no art. 54 da Lei de Crimes Ambientais n° 9605/1998, de maior potencial ofensivo, podendo ser preso e autuado em flagrante.