Alexandre Nascimento
A praça Waldemar Henrique, que fica no bairro do Reduto, em Belém, homenageia um dos principais maestros e expoentes da música erudita paraense, sendo inaugurada em 1999 pelo aniversário de 383 anos da cidade. Apesar disso, a situação não condiz com a memória do homenageado, uma vez que o logradouro está em completa situação de abandono.
A equipe do DIÁRIO DO PARÁ esteve no local e registrou a pouca movimentação no espaço, o que se explica pela sujeira espalhada, o mato alto em algumas partes e os espaços para crianças, que possuem brinquedos construídos em forma de instrumentos musicais, completamente pichados.
Nesse quesito, até mesmo o monumento que contém os traços do maestro Waldemar Henrique no formato de efígie, assim como as esculturas Matintaperera, o Boto, a Iara, o Caboclo Falador, o Uirapuru, o Boi, entre outros, que lembram os personagens das lendas amazônicas, foram abandonados.
A concha acústica onde deveriam acontecer as apresentações musicais, que representa uma cuia de tacacá está sem uso, o que fez com que o espaço virasse abrigo das pessoas em situação de risco, assim como o palco piano que é usado para as apresentações das quadrilhas juninas. Além de serem locais de dormir, os ocupantes fazem suas necessidades fisiológicas ali.
A situação gera medo nas pessoas que usam a praça como passagem, por causa da sensação de insegurança. “A gente passa por aqui com medo, principalmente quando anoitece, pois menos pessoas passam pela praça. Ainda tem o fato da falta de policiamento, situação que faz com que essas pessoas que ocupam o espaço usem drogas, cometam assaltos e outros casos”, disse Victória Dourado, 22 anos, atendente.
“É uma situação complicada, até mesmo com muitas pessoas aqui esperando o ônibus, pois possui apenas uma parada e ainda ficamos à mercê desse abandono. Ainda bem que a iluminação da praça está funcionando, foram até instaladas lâmpadas novas recentemente, mas os outros espaços continuam depredados. Uma pena, pois é um espaço tão bonito”, completou Edivaldo Souza, 41 anos, lojista.
Na realidade, ainda segundo as pessoas, o espaço só recebe atenção por ocasião do período junino, uma vez que a praça Waldemar Henrique sedia o concurso de quadrilhas juninas de Belém. “Acho que é o único momento que aqui fica bonito, quando instalam as arquibancadas e a concha acústica é usada para as apresentações musicais. Mas, após isso, a realidade de abandono da praça continua”, concluiu Fernando Alencar, 33, vigilante.
A reportagem do DIÁRIO tentou contato com a Prefeitura de Belém, mas não teve retorno.