
Pará - Um projeto que une recuperação ambiental e geração de renda rendeu seus primeiros frutos a partir da implantação oficial de um Sistema Agroflorestal (SAF) na comunidade quilombola de Itacoã-Miri, localizada no município de Acará, no nordeste paraense. Integrando a iniciativa batizada de Projeto Refloresta, a ação envolveu o plantio simbólico das primeiras espécies nativas e agrícolas que integrarão o sistema. O projeto é uma ação da Associação dos Notários e Registradores do Estado do Pará (ANOREG/PA), em parceria técnica com a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) e a Universidade Federal do Pará (UFPA).
A primeira etapa do projeto ocorre em celebração aos 30 anos de atuação da ANOREG/PA e, segundo a entidade, busca reforçar o seu compromisso com a sustentabilidade, o desenvolvimento socioambiental e a valorização das comunidades tradicionais do estado.
Essa comunidade é muito especial para nós, pois foi escolhida para receber a primeira execução do Projeto Refloresta”, destaca a presidente da ANOREG/PA, Moema Locatelli Belluzzo. “A seleção das mudas foi feita com base em estudos do solo, garantindo que as espécies plantadas tenham identidade com o território e se adequem às condições locais. Isso evidencia o compromisso da ANOREG/PA, em parceria com os Cartórios do Pará, com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da ONU e com os princípios da COP30, dialogando diretamente com a sustentabilidade da Amazônia.”
COMBINAÇÃO
O Sistema Agroflorestal (SAF) adotado em Itacoã-Miri combina o plantio de espécies nativas da Amazônia com cultivos agrícolas sustentáveis. O objetivo central é promover a recuperação ambiental de áreas degradadas e, simultaneamente, fortalecer a soberania alimentar e a autonomia econômica da população que vive na comunidade quilombola.
Além de atuar na restauração do ecossistema, o SAF é visto como uma ferramenta estratégica para garantir resiliência climática e a preservação da biodiversidade. A seleção das mudas foi feita com base em estudos detalhados do solo, garantindo que as espécies escolhidas possuam identidade com o território e se adequem às condições locais. “Hoje, plantamos mais do que mudas. Plantamos o futuro. Estamos muito orgulhosos de dar início a este projeto que alia sustentabilidade, reflorestamento, geração de renda e justiça ambiental. É uma ação que enraíza o nosso compromisso com um amanhã mais verde, justo e equilibrado.”, destacou Natália Benvegnú, diretora da ANOREG/PA.
O Projeto Refloresta assume uma importância ainda maior por surgir em um momento onde a discussão de soluções concretas para enfrentar as mudanças climáticas está em foco global, especialmente com a proximidade da COP30, que será realizada em Belém em novembro deste ano. A iniciativa de reflorestamento participativo e agroecológico visa integrar práticas de sustentabilidade, fortalecimento comunitário e educação ambiental, com foco especial em comunidades tradicionais da Amazônia.
Para a ANOREG/PA, a iniciativa reafirma seu papel como agente de transformação social e ambiental ao completar três décadas de atuação. O compromisso de iniciar o plantio de mudas havia sido assumido durante o XVIII Congresso Notarial e Registral, realizado este ano no Pará.