No imaginário nacional das lendas urbanas e da cultura digital de horror brasileira, uma expressão se destaca: “Setealém” (também grafada como Sete Além, 7Além, Se7ealém, Cetealém). Trata-se de um suposto universo paralelo, sombrio e inquietante, que ganhou força especialmente a partir da virada do milénio.
Tudo começou oficialmente em outubro de 1994, quando o publicitário e escritor de horror Luciano Milici relatou ter sido abordado dentro de um ônibus em São Paulo com a frase “vamos para Setealém”.
Por volta de 2004, em redes como o Orkut, surgiram comunidades voltadas para “Setealém” onde internautas compartilhavam experiências, relatos e fan-fics sobre esse universo paralelo.
Com o crescimento da internet, vídeos, podcasts e canais dedicados ao tema passaram a aparecer, ampliando o alcance da lenda. Todo esse desenvolvimento digital fez com que Setealém deixasse de ser apenas um “conto” isolado para se tornar um fenômeno da cultura de horror colaborativo brasileira.
O que é o “universo” Setealém?
Conforme os relatos, Setealém seria uma realidade paralela ou outra dimensão, em que tudo é quase igual ao mundo real — mas deteriorado, corrupto, habitado por seres estranhos ou por versões “apagadas” de pessoas e locais conhecidos.
Uma explicação esotérica sugere que “sete” significa espiritualidade e “além” indica outra dimensão — então “Setealém” seria algo como “a espiritualidade além do nosso mundo”.
Há relatos, como pessoas que embarcam em um ônibus ou veículo regular, de repente as paisagens mudam, a realidade se dobra, e surge Setealém. Esse tipo de trama se tornou repetido em vídeos no YouTube, podcasts, fóruns de horror.
Embora muitos apreciem a lenda como entretenimento, há várias discussões sobre sua veracidade, autoria e crédito. Espiritualmente, algumas vertentes veem Setealém como equivalente ao “umbral” — uma realidade espiritual de baixa vibração.
A lenda, embora sem comprovação científica ou documental robusta, é um ótimo exemplo de como o horror digital e a cultura de internet brasileira moldam novos mitos urbanos.
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