
O universo dos nomes próprios vive uma era de transformação, onde criatividade e significado se sobrepõem às tradições. Em 2022, um cartório brasileiro registrou um marco: pela primeira vez no país, uma criança recebeu o nome Amayomi. Esse fato singular não apenas celebra a originalidade, mas revela todo um processo legal pouco conhecido pelos brasileiros.
Para a advogada Daniele Pereira Brandão, a decisão de batizar sua filha como Amayomi foi cuidadosamente planejada. Após extensa pesquisa, ela encontrou no nome uma perfeita harmonia com o da irmã mais velha, Amábile Lúcia. “Queria algo único, que carregasse beleza e significado”, explica Daniele.
Mas o caminho até o registro oficial não foi tão simples. Por se tratar de um nome inédito no Brasil, foi necessário um aval especial do cartório central – um procedimento que poucos conhecem.
Como funciona o registro de um nome inédito no Brasil?
Quando pais optam por um nome fora dos padrões convencionais, os cartórios podem exigir uma análise extra. O objetivo? Evitar designações que possam causar constrangimentos ou dificuldades de pronúncia no futuro.
No caso de Amayomi, a aprovação veio em cerca de uma hora – um processo considerado ágil, desde que não haja restrições legais. “Foi mais rápido do que imaginei”, comemora Daniele.
Cada vez mais famílias buscam nomes que destaquem seus filhos em meio a gerações de Miguéis e Sophias. As motivações variam, seja por conexão familiar, carregada de homenagens ou laços afetivos ou pela sonoridade e ainda pela exclusividade, carregada do orgulho de ser o primeiro a registrar.
E embora nomes tradicionais ainda dominem as listas de maternidade, casos como o de Amayomi mostram que a busca por identidades únicas está em alta.
Ter um nome singular pode ser um presente… ou um desafio. Se por um lado Amayomi carregará consigo uma história marcante, por outro, precisará constantemente explicar a origem e a pronúncia correta do seu nome.
Mas para Daniele, isso é parte do charme. “Quero que ela cresça sabendo que seu nome é especial, assim como ela.”
Enquanto alguns seguem tendências, outros, como Daniele, escrevem seus próprios capítulos. E assim, nome após nome, o Brasil continua reinventando sua identidade.