Eles escrevem, desenham e criam com a mão esquerda — e, não raro, brilham mais do que muito destro por aí. Hoje, 13 de agosto, é o Dia Internacional do Canhoto, data criada para lembrar que, embora representem apenas cerca de 10% da população mundial, os canhotos têm um jeito único de ver e manusear o mundo.
A homenagem surgiu no Reino Unido para dar visibilidade às dificuldades e preconceitos que esse grupo ainda enfrenta. Afinal, a vida é projetada para destros: a maioria das ferramentas, computadores, carros, instrumentos musicais e até maçanetas são pensados para quem usa a mão direita.
Adaptar é verbo diário
Para um canhoto, trocar a marcha do carro com a mão “não dominante”, usar um mouse posicionado à direita ou lidar com tesouras que machucam os dedos são desafios comuns. Na infância, não são raros os casos de pais e professores que ainda tentam forçar a criança a escrever com a mão direita — prática que especialistas alertam poder causar dificuldades de aprendizagem e problemas de coordenação.
Mas, apesar das barreiras, a adaptação faz parte do vocabulário canhoto. Viver num mundo “espelhado” pode até parecer complicado, mas muitos se acostumam a ponto de nem perceber o esforço diário.
Talento que vem da esquerda
Seja na arte, na ciência, no esporte ou na política, canhotos deixaram (e ainda deixam) marcas históricas. Lionel Messi, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, usa a perna e a mão esquerdas para escrever sua história nos gramados. Albert Einstein, Leonardo da Vinci, Machado de Assis, Beethoven, Ayrton Senna, Paul McCartney e até Pelé (que escrevia com a esquerda) também integram o clube.
Estudos sugerem que canhotos podem ter vantagens criativas e cognitivas em determinadas áreas, já que tendem a usar mais o lado direito do cérebro, associado à imaginação e à habilidade artística.
Um dia para celebrar
Mais do que lembrar dificuldades, o Dia Internacional do Canhoto é uma chance de celebrar a singularidade e a inventividade dessa minoria. Afinal, se viver em um mundo feito para destros exige adaptação, também estimula novas formas de pensar, criar e inovar.
E se alguém ainda duvida do potencial de quem é “do lado esquerdo”, basta lembrar que, no futebol, a canhota de Messi já decidiu mais partidas do que muita direita por aí.