Ficar alegre sem beber uma gota de álcool? E, melhor ainda, acordar no dia seguinte sem dor de cabeça, arrependimentos ou promessas de “nunca mais”? Pois é: o que parecia piada de bar já ganhou rótulo e espuma.
No Reino Unido, o neurocientista David Nutt, diretor científico do Gaba Labs, criou a primeira cerveja capaz de provocar os efeitos positivos da embriaguez — relaxamento, sociabilidade e leve euforia — sem álcool. O feito é resultado de uma década de pesquisas e faz parte do catálogo da marca Sentia Spirits, um novo tipo de bebida que promete ser o futuro dos brindes sem culpa.
Batizado em homenagem ao ácido gama-aminobutírico (ou GABA, para os íntimos), o laboratório concentra seus estudos nesse neurotransmissor que o próprio álcool ativa no cérebro — e que é o verdadeiro responsável por aquela sensação de calma e desinibição que tanta gente busca ao abrir uma garrafa.
Segundo Nutt, a diferença é que as bebidas da SENTIA acionam apenas o GABA, sem interferir na dopamina e na endorfina — as duplas que alimentam vício, agressividade e, claro, a temida ressaca. “O objetivo é reproduzir o prazer social da bebida, sem os danos”, explica o cientista.
O efeito chega rápido: entre 5 e 10 minutos depois de tomar, o corpo sente o relaxamento. E tudo passa em meia hora, como uma maré que vem e vai, deixando apenas a leveza. O segredo está em uma mistura de extratos de plantas que estimulam naturalmente o GABA no cérebro.
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Mas, antes que alguém se anime a dirigir depois de um copo, o alerta: mesmo sem álcool no sangue — e portanto invisível ao bafômetro —, a bebida ainda altera o reflexo e o estado de atenção. Ou seja, prudência continua sendo o melhor acompanhamento.
A ideia parece feita sob medida para as novas gerações, cada vez mais conscientes dos males do consumo excessivo de álcool, mas que não abrem mão da socialização.
E você, encararia essa revolução líquida? Trocaria sua cervejinha de sempre por uma versão que promete o barato sem a ressaca? Para os brasileiros, essa maravilha que te deixa legal e sem ressaca e não é detectada por bafômetro ainda demora a chegar. Por ora, não há registros na Anvisa.
