Seu bolso

Voa Brasil deve incluir alunos do Prouni e ser lançado em etapas

As três principais companhias aéreas que atuam no Brasil anunciaram nesta segunda-feira (18) um plano de universalização do transporte aéreo, cujo objetivo era anunciar preços mais baratos de passagens aéreas
As três principais companhias aéreas que atuam no Brasil anunciaram nesta segunda-feira (18) um plano de universalização do transporte aéreo, cujo objetivo era anunciar preços mais baratos de passagens aéreas

JULIA CHAIB E THIAGO RESENDE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério de Portos e Aeroportos pretende apresentar até o dia 15 de novembro à Casa Civil a remodelagem do programa Voa Brasil, que deve ser lançado em etapas.

A expectativa é que a primeira fase da iniciativa, que tem como objetivo oferecer passagens a R$ 200, seja lançada este ano e tenha como foco aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A novidade nesta etapa seria também alunos do Prouni.

O programa, do Ministério da Educação, oferece bolsas de estudo, integrais e parciais, em cursos de graduação de instituições privadas. O objetivo é facilitar viagens para alunos que precisem fazer concursos em outros estados, por exemplo.

A segunda fase do Voa Brasil seria o lançamento da versão internacional do programa, que ainda está em estudo pelo ministério.

O governo também avalia incluir alunos do Prouni e de escolas públicas nessa parte da iniciativa para que, caso consigam bolsas para estudar no exterior, possam se beneficiar com passagens mais baratas.

Em entrevista à Folha de S.Paulo em outubro, o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) confirmou que está trabalhando num “aperfeiçoamento” do programa.
“A gente está aperfeiçoando o Voa Brasil para que, de fato, ele possa ser uma proposta que fortaleça a aviação nacional e para que os menos favorecidos tenham acesso”, disse.

“Para vocês terem uma ideia, nós temos 100 milhões de passageiros ano, mas apenas 15% dos CPFs da população brasileira voam de avião. O foco da formatação do programa é um olhar para o social”, continuou.

Segundo o ministro disse na época, a ideia é usar a ociosidade dos voos em épocas de menor procura, como o período de março a junho e de agosto a novembro, para conseguir baratear as passagens.

A forma como o programa será custeado ainda está em elaboração pelo governo, que tem conversado com empresas aéreas.

“Isso será em comum acordo com as companhias aéreas e a gente está desenhando a modelagem econômica. Ainda não está fechado”, afirmou Costa Filho.

A ideia de lançar o programa com passagens baratas veio à tona em março, divulgada pelo ex-ministro da pasta Márcio França.

À Folha de S.Paulo, em julho, França afirmou que o governo negociava com aeroportos a criação de um sistema de cashback para as taxas de embarque com o objetivo de incentivar participantes do novo programa.

Além disso, cada passageiro poderia comprar no máximo quatro bilhetes pelo valor de até R$ 200, algo que seria verificado por meio de um sistema de acompanhamento de CPF. A ideia era oferecer cerca de 1,5 milhão de passagens a esse custo.

Até julho, as três principais companhias aéreas brasileiras Latam, Gol e Azul haviam topado participar do programa de descontos de passagens, segundo o ex-ministro.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o Voa Brasil, que ainda não foi lançado pelo governo, passou a ser alvo de golpistas, que usando o nome do programa Voa Brasil para roubar dados e dinheiro de vítimas.

O esquema usa o nome do programa que terá venda de passagens aéreas por até R$ 200 e direciona as vítimas a sites fraudulentos, cujos links são divulgados em vídeos e anúncios em redes sociais e patrocinados em mecanismos de busca na internet.

Após o golpe ser noticiado, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) do Ministério da Justiça solicitou que o Facebook e o Google removam das plataformas conteúdos golpistas relacionados ao programa Voa Brasil.