ALIMENTAÇÃO

Valor da cesta básica passa de R$ 700 em Belém

Em março, o custo da cesta básica em Belém chegou a R$704,90, o valor mais alto do ano até agora.

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O estudo, divulgado ontem, mostra que, somente em março, a alta foi de 0,69% em relação a fevereiro.
O estudo, divulgado ontem, mostra que, somente em março, a alta foi de 0,69% em relação a fevereiro. Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará.

A alimentação dos paraenses está pesando cada vez mais no bolso. Em março, o custo da cesta básica em Belém chegou a R$704,90, o valor mais alto do ano até agora. Isso significa que mais da metade do salário mínimo atual, fixado em R$ 1.518,00, é comprometido apenas com os itens básicos de alimentação. Os dados fazem parte do estudo divulgado pelo Dieese-PA.

O estudo, divulgado ontem, mostra que, somente em março, a alta foi de 0,69% em relação a fevereiro. E, ao considerar os últimos 12 meses, o aumento acumulado no custo da cesta básica em Belém é de 5,58%. Na prática, uma família padrão composta por dois adultos e duas crianças precisaria desembolsar R$2.114,70 apenas para garantir a alimentação mensal, o que exigiria cerca de 1,39 salários mínimos. Para bancar os 12 itens que compõem a cesta, o trabalhador paraense teve que dedicar cerca de 102 horas e 10 minutos do mês exclusivamente para essa despesa.

MARÇO

Ainda no comparativo mensal, entre os meses de março e fevereiro deste ano, o café lidera o ranking dos aumentos, com 14,45% a mais pelo quilo (kg); seguido pelo tomate (5,28%); pão (2,97%); manteiga (2,04%); litro do leite (0,63%); e a farinha (0,37%). Já no recuo: açúcar (-8,15%); arroz (-4,01%); feijão (-3,49%); óleo (-2,13%) – a considerar 900 mililitros (ml); carne

(-1,72%); banana (-0,65%) – a dúzia.

TRIMESTRE

No acumulado do primeiro trimestre, a alta nos preços já chega a quase 6%, o triplo da inflação estimada para o mesmo período, que gira em torno de 2%. Entre os produtos que têm puxado esse encarecimento, o quilo do café lidera com folga, acumulando alta de 35,39% no trimestre e 91,52% nos últimos 12 meses – entre março de 2024 e 2025 –. O tomate (kg) também subiu consideravelmente, com reajuste de 26,80% no trimestre.

Outros itens também apresentaram aumento: óleo de soja (4,88%); banana (4,62%); carne (4,06%); manteiga (3,39%); pão (3,17%) e farinha (0,46%). Por outro lado, alguns alimentos tiveram queda, como feijão (-9,34%); arroz (-5,57%); açúcar

(-2,82%) e o leite (-2,44%).

ANO

Já no comparativo de preços entre março de 2024 e 2025, a alta na cesta básica de alimentos está mais cara 5,58%, superando a inflação acumulada para o período, que era de 5%. Além do café, com o acumulado de 91,52%, com o quilo comercializado a R$35,36 em 2024 e chegando a R$67,72 em 2025, segue o óleo de soja (37,79%), leite (15,99%), carne (14,95%), banana (9,91%) e manteiga (9,83%). Por outro lado, entre os itens que mais recuaram no período, estão feijão (-30,79%), açúcar (-11,25%) e arroz (-7,95%).

CENÁRIO

Entre as 17 capitais brasileiras analisadas pelo Dieese, no balanço nacional, no mês de março de 2025, São Paulo foi a capital onde os alimentos básicos apresentaram o valor total de R$880,72, sendo o 1º lugar do ranking de maior custo. Já Belém aparece na 12ª posição entre as 17 capitais. A capital paraense também registrou a 6ª maior alta acumulada no trimestre, entre todas as cidades pesquisadas.