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Setor de serviço é destaque no país no primeiro semestre

Proprietária de salão de beleza, Filadélfia Miranda comemora aumento na procura pelos serviços ofertados no espaço
FOTOs: Irene Almeida
Proprietária de salão de beleza, Filadélfia Miranda comemora aumento na procura pelos serviços ofertados no espaço FOTOs: Irene Almeida

Pryscila Soares

O primeiro semestre deste ano foi economicamente movimentado para os empreendedores que atuam no setor de serviço no país. É o que mostra a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados do levantamento apontam que o setor encerrou o período com a alta de 4,7% na atividade econômica. De maio para junho, a alta foi de 0,2%, incentivada pela recuperação parcial dos serviços profissionais, administrativos e complementares.

Conforme matéria publicada pela Agência Brasil no último dia 10, o estudo revelou ainda que o volume de serviços prestados em junho deste ano, no país, chegou a um patamar 12,1% maior que o de fevereiro de 2020, tendo como referência a atividade econômica pré-pandemia de covid-19. Contudo, o montante continua 1,5% abaixo do ápice atingido na série histórica, em dezembro do ano passado.

Pelo menos dezesseis unidades da federação apresentaram a escalada no volume de serviços, com destaque para São Paulo (0,3%), Paraná (1,9%), Distrito Federal (2,9%) e Minas Gerais (0,9%). Já o principal indicador negativo foi registrado no estado do Rio de Janeiro (-2,4%).

SEGMENTOS

O segmento da beleza vem figurando positivamente neste cenário de crescimento. Dentre os empreendedores do setor que registraram resultados positivos no primeiro semestre deste ano está Filadélfia Miranda, 35, que é cabeleireira e proprietária do salão de beleza “Studio Filadélfia Miranda”, no bairro do Telégrafo, em Belém.

Segundo ela, a procura pelos serviços ofertados pelo espaço aumentou com relação ao mesmo período do ano passado. “Sempre procuro fidelizar as minhas clientes mantendo grupos (nas redes sociais) e fazendo promoções durante a semana. Geralmente no salão o movimento é maior aos sábados. Então, procuro trazer as clientes durante a semana e aos sábados pego novas clientes. Do começo do ano para cá houve uma melhora no movimento. A gente percebeu que até em julho não caiu”, disse. “A forma que encontrei, desde o início, foi divulgar diariamente o nosso trabalho nas redes sociais, WhatsApp, Facebook e Instagram”, acrescenta.

Para o empresário Ricardo Lopes, 44, que atua no ramo de panificação, as vendas seguem num ritmo linear desde o início do ano. Contudo, ele avalia que os clientes estão mais abertos ao consumo. A primeira ideia de negócio que ele teve foi a abertura de uma conveniência e panificadora no mesmo local. Em seguida, surgiu um ponto comercial situado na avenida Senador Lemos, no Umarizal, espaço onde o empresário montou a panificadora, que hoje agrega outros tipos de produtos para fidelizar a clientela. Ricardo também fez um esforço para manter o quadro com dez funcionários, mesmo durante a pandemia.

“No início, o objetivo era fazer uma conveniência com padaria, que não existia em Belém. Depois abri a padaria aqui. Não é propriamente só padaria, porque não tem mais como viver só do pão. Fui colocando coisas de acordo com a procura dos clientes como lanchonete, biscoito, salgados, pastéis, sanduíches e almoço também. A gente vende cerca de 100 refeições na hora de almoço”, informa. “Acho que as vendas não aumentaram (no primeiro semestre). Como aumentei preços, o faturamento ficou maior. Mas vejo que as pessoas têm mais disponibilidade para gastar. Acredito que pagaram algumas dívidas, que possivelmente contraíram devido à pandemia, então ficam mais confortáveis para gastar”.