Comprar sem sair de casa deixou de ser exceção e se tornou hábito para milhões de brasileiros. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, mostra que o comércio eletrônico já faz parte da rotina de 119,2 milhões de consumidores do país. O levantamento revela que 71% das pessoas compram pela internet pelo menos uma vez ao mês, o que reforça o papel do digital como canal indispensável no varejo.
De acordo com a pesquisa, outros 53% compram algumas vezes por mês, 15% semanalmente e 3% todos os dias. As preferências de compra refletem o dia a dia do consumidor: roupas, calçados e acessórios lideram a lista (46%), seguidos por delivery de comida (34%), medicamentos e produtos de saúde (28%), itens para casa (28%) e cosméticos e perfumes (26%).
O gasto médio da última compra foi de R$224. E o número médio de compras online no último mês foi de 5 compras, sendo uma compra a mais em comparação com 2024. Ser “cliente fiel” da empresa também foi um ponto observado. Nove em cada dez consumidores (92%) compraram mais de uma vez na mesma loja online, sendo os motivos mais citados: melhores preços (32%), frete grátis (27%), boa experiência anterior (27%) e confiança na loja (25%).
A pesquisa mostra ainda que a forma de pagamento preferida é o Pix (66%), seguido pelo cartão de crédito (51%) e cartão de débito (20%). Para escolher onde comprar, o consumidor avalia principalmente o frete grátis (56%), promoções e descontos (47%) e preços mais baixos (47%); pronta entrega (30%), facilidade no pagamento (30%) e descrições detalhadas dos produtos (30%) também estão na lista.
Para que as vendas no online tenham aumentado, de fato o frete grátis tem sido fator determinante. São incentivados, a partir dele, cerca de 54% das pessoas, além de preços mais baixos que lojas físicas (43%), entrega mais rápida (29%) e maior facilidade de encontrar produtos (24%).
Outro dado que chama atenção é o crescimento das compras por aplicativos: 80% dos consumidores utilizaram algum app de loja no último ano. A praticidade e a rapidez (48%), melhores preços e ofertas (44%), não precisar sair de casa (38%) e a facilidade de acesso (28%) são os principais fatores citados.
SEGURANÇA
Apesar da popularidade do e-commerce, a segurança segue como preocupação. Nos últimos 12 meses, 19% dos entrevistados relataram ter sido vítimas de fraude online e 20% sofreram tentativas sem prejuízo financeiro. Ainda assim, a sensação média de segurança foi avaliada em 8 pontos, em uma escala de 1 a 10.
Segundo o presidente da CNDL, José César da Costa, os números refletem um novo padrão de comportamento. “Os dados revelam um consumidor cada vez mais habituado às compras online. O alto índice de compras mensais (71%) demonstra que o e-commerce já faz parte da rotina de boa parte da população urbana, consolidando a compra digital como prática recorrente, não apenas ocasional. Mas antes de efetuar qualquer compra, é importante o consumidor se certificar se o site é seguro e sempre desconfiar de preços muito abaixo dos praticados”, destacou.
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O QUE TEM SIDO COMPRADO?
Os itens mais comprados são de vestuário (56%), cosméticos, perfumes e produtos de beleza (44%), itens para casa – eletrodomésticos, decoração, cama, mesa e banho (41%) e os eletrônicos e produtos de informática (30%).
ONDE?
Os marketplaces internacionais continuam dominando o mercado brasileiro, com 96% dos consumidores comprando neles. Entre os mais acessados, no ranking, com eles liderando: estão Shopee (73%), Mercado Livre (63%), Amazon (39%) e Shein (37%), Americanas (29%) e Magalu (28%).
NAS REDES SOCIAIS
As plataformas de redes sociais também se consolidam como pontos de venda. O levantamento mostra ainda que 71% dos consumidores clicam em anúncios de ofertas nas redes sociais. Quase metade dos consumidores (49%) já realizaram compras pelo Facebook, Instagram, YouTube, WhatsApp ou TikTok. Rapidez e praticidade também seguem sendo o destaque deste meio, seguida de preços, ofertas, e acesso às novidades.
WhatsApp – Nesse cenário, o WhatsApp vem ganhando espaço: 34% já usaram o aplicativo para fechar negócio, com frequência média de duas compras mensais por pessoa. Entre as vantagens, destacam-se: possibilidade de negociar preço ou forma de pagamento (26%) a conveniência de comprar sem sair de casa (23%), o recebimento de imagens e vídeos dos produtos ou serviços (22%), a maior sensação de segurança ao falar diretamente com o vendedor ou loja (22%), além da praticidade e rapidez no atendimento (22%) e da agilidade em comparação com compras presenciais ou por ligações (22%). Além disso, 41% dos entrevistados participam de grupos VIP no WhatsApp, criados por empresas para oferecer promoções e ofertas exclusivas.
“O uso de aplicativos de compras e das redes sociais transformou por completo a forma como as pessoas compram. Mais do que apenas ferramentas de comunicação, eles se tornaram plataformas essenciais que influenciam cada etapa da jornada de compra do consumidor”, afirmou Costa.
