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Semana Santa: peixes mais caros não devem reduzir procura

 Mesmo com a possibilidade de aumento do valor do peixe, a expectativa é de venda de todo o estoque para a Semana Santa
FOTO: Mauro Ângelo
Mesmo com a possibilidade de aumento do valor do peixe, a expectativa é de venda de todo o estoque para a Semana Santa FOTO: Mauro Ângelo

Irlaine Nóbrega

O preço do pescado deve aumentar com a proximidade da Semana Santa. Nas feiras e mercados de Belém, as vendas ainda não estão aquecidas e o preço do quilo das principais espécies se mantém entre R$10 a R$40. A expectativa é que a procura aumente a partir da quarta-feira da próxima semana, período em que os preços podem sofrer reajuste.

O preço da maioria do pescado comercializado em mercados municipais de Belém voltou a ficar mais caro em fevereiro em relação ao mês anterior.

De acordo com pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), o mapará foi o peixe que teve a maior alta, com 10,28%; seguidos da sarda (6,72%), tainha (6,38%), filhote (5,16%), curimatã (5,14%), corvina (4,65%), pescada amarela (3,24%), piramutaba (2,17%) e dourada (0,44%).

Apenas o cangatá (-3,40%), pescada gó (-2,46%), serra (-2,34%) e pratiqueira (-2,31%) apresentaram queda no mesmo período.

Conforme o Dieese-PA, as altas observadas estão relacionadas a problemas que envolvem questões de comercialização, defeso, mudanças de marés e os aumentos da demanda pelo produto em todo o estado do Pará.

VENDAS

Nas feiras municipais da capital, a procura para qualquer tipo de pescado para a Semana Santa ainda está lenta. Durante o período, a dourada e a pescada amarela são as espécies que apresentam alta demanda, assim como a gó, gurijuba, pratiqueira, tainha, o tambaqui e o peixe-serra. A data é o momento de maior venda de pescado nesses locais.

Apesar disso, a alta demanda só deve iniciar às vésperas do próximo dia 27. No Mercado de Peixe do Ver-o-Peso serão 60 boxes com variadas espécies de peixes disponíveis para a população paraense. Por lá, os pescados mais populares para o período – dourada, piramutaba e gó – podem ser encontradas a partir de R$15, o quilo.

“As nossas vendas ainda estão baixas. Na Semana Santa é o período que mais vende peixe e mesmo assim não é como nos anos anteriores, a venda caiu bastante. A tendência é que os preços se elevem um pouco porque a procura é grande. Eu creio que o preço das espécies mais populares não vá aumentar tanto. Já o que vai elevar um pouco o preço é do filé”, garantiu o peixeiro Marcos Pinheiro, 56 anos.

Mesmo com a possibilidade de aumento do valor do peixe, a expectativa é de venda de todo o estoque destinado a data. “Todo ano, esse é o tempo que a gente vende todo o nosso peixe, principalmente na quinta e sexta da Semana Santa. Quantos quilos a gente coloca para vender, a gente vende, o mercado fica cheio. O que tiver de peixe, vende qualquer espécie”, disse o peixeiro Adézio Souza, 64 anos.

Na Feira da Marambaia, os peixeiros também já estão se preparando para a alta demanda da população pelos peixes regionais. Os 500 quilos de peixe de Tavares, de 65 anos, devem suprir a procura aquecida entre a quarta, quinta e sexta-feira da próxima semana. “A nossa expectativa é vender tudo, mas se aumentar o preço do peixe não deve ser muito. Hoje, os peixes mais caros são os da pescada amarela, filhote e a gurijuba”, concluiu o peixeiro.

Aumento

O balanço dos preços do peixe ainda apresenta aumento nos dois primeiros meses de 2024, com destaque para o preço do aracu (29,37%), xaréu (19,59%), arraia (18,66%), cação (18,24%), corvina (16,52%), curimatã (15,86%), pescada amarela (15%), tainha (14,54%), dourada (11,17%), gurijuba (10%), serra (9,84%), pescada branca (9,39%), pratiqueira (5,72%) e piramutaba (4%).