BRASÍLIA (AG) – O governo federal vai aumentar a previsão do salário mínimo que vai vigorar em 2025 na proposta orçamentária do próximo ano, que será enviada ao Congresso no dia 31 de agosto. O Ministério da Fazenda vai estimar um valor de R$ 1.509, conforme cálculos obtidos pelo GLOBO.
Antes, a previsão do governo era de um piso nacional de R$ 1.502 para o ano que vem, valor que consta do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025.
Como alguns indicadores macroecômicos tiveram alteração, como a previsão de inflação, a estimativa é de um salário mínimo maior. Caso confirmado, o valor representará uma alta de 6,87% em relação ao piso atual, de R$ 1.412.
O aumento do salário mínimo ainda pode sofrer alterações se a inflação for maior ou menor do que a prevista agora pelo governo, ou se o IBGE fizer eventuais revisões no desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.
Os reajustes anuais do salário mínimo levam em conta a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos 12 meses anteriores, mais a taxa de crescimento real do PIB do segundo ano anterior ao ano vigente.
Caso o PIB não tenha crescimento real, o salário mínimo será reajustado apenas pelo INPC.
Cada R$ 1 de aumento do mínimo tem impacto de aproximadamente R$ 370 milhões no Orçamento. Benefícios da Previdência, abono salarial, seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) são atrelados à variação do mínimo.
Pressionado a reduzir gastos, o governo chegou a discutir internamente desvincular alguns benefícios do salário mínimo.
Em entrevista ao GLOBO, em junho, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a ideia ainda está em discussão.