Trayce Melo
Os constantes reajustes no preço do combustível têm um impacto direto no consumidor, que acaba mudando seus hábitos na hora de abastecer seu veículo. Ao encontrar preços atrativos, alguns tentam encher o tanque para economizar.
Embora o abastecimento seja uma parte completamente normal da rotina de um motorista, muitos ainda desconhecem informações que podem afetar diretamente o seu bolso. Segundo o instrutor de mecânica automotiva do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Francisco David, a decisão sobre quando abastecer o veículo deve levar em consideração o tipo de uso do condutor.
“O consumo de combustível está diretamente relacionado à quantidade de quilômetros percorridos pelo veículo”, pontua.
Para garantir a economia de combustível, Francisco David indica manter a revisão automotiva do veículo sempre em dia. “Isso porque peças como velas, filtros, pneus e fluidos afetam a performance do motor, e quando eles estão em bom estado, exigem menos desempenho, demandando menos gasolina”, orienta.
TANQUE
De acordo com o especialista, não é indicado encher o tanque com gasolina até o seu limite. Um dos motivos tem relação com o peso que isso trará para o veículo. “Isso é, quanto mais pesado um carro estiver, maior será o gasto de combustível necessário para percorrer determinada distância”, esclarece.
Encher o tanque não é recomendado, assim como rodar no limite. “Nos veículos mais modernos é usada uma bomba acionada por motor elétrico. Dependendo do projeto da instalação da bomba, manter o veículo com pouco combustível, principalmente ao circular na reserva, pode resultar em problemas mecânicos significativos. Um dos principais riscos está relacionado ao aquecimento excessivo do motor da bomba de combustível, o que pode reduzir sua vida útil”, alerta.
Já para veículos a diesel, o instrutor de mecânica automotiva recomenda manter o tanque cheio e protegido com algum produto que mantenha todas as propriedades do diesel intactas, preservando a saúde do equipamento e garantindo o seu retorno quando precisar. “Quando o tanque está cheio, a evaporação do combustível é menor, visto que não tem espaço para os gases transitarem”, descreve.
Sobre abastecer com álcool, nem sempre representa financeiramente a melhor opção, diz Francisco David. “Isso porque estima-se que um veículo abastecido com álcool rende em média 30% menos que se fosse movido a gasolina. Portanto, para que realmente compense o investimento, é preciso que o álcool custe no máximo 50% do preço da gasolina, aproximadamente”, conclui.