Diego Monteiro
No período de 14 a 20 de janeiro, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizou uma pesquisa acerca do valor médio do botijão de gás de 13 quilos em alguns municípios do Pará. Em Belém, esse custo ficou em R$ 101,77. Além disso, a ANP identificou uma disparidade nos preços para os consumidores na capital, dependendo do bairro, com uma variação entre R$ 89,99 e R$ 120,00.
No depósito da Conceição de Fátima, 53, no bairro da Pedreira, a unidade do botijão comercializada está abaixo da média levantada pela Agência, sendo oferecida a R$ 100 na promoção. Entretanto, a empresária revelou que esse valor é válido apenas para pagamentos em dinheiro no ponto de venda. Se o consumidor optar pela entrega, o valor aumenta em 20%, atingindo R$ 120.
“Possuímos um contrato com uma fornecedora que proporciona preços atrativos, refletindo em valores mais interessantes para o consumidor final. Infelizmente, não há margem para redução adicional. De toda forma, muitas pessoas optam por comprar conosco devido aos preços competitivos que oferecemos. Inclusive, neste mês, estou tentando negociar condições ainda mais favoráveis”, frisa Conceição.
MUNICÍPIOS
Entre os municípios paraenses pesquisados, Belém ocupa a quarta posição com o botijão mais barato, apesar das críticas dos consumidores em relação aos preços. A capital fica atrás somente de Santarém (R$ 94,23), Ananindeua (R$ 94,37) e Abaetetuba (R$ 97,12). A lista segue com Alenquer (R$ 104,80), Bragança (R$ 109,33), Conceição do Araguaia (R$ 109,62) e Castanhal (R$ 110,00).
Dino Augusto, 48, atua na venda de salgados na rua Antônio Everdosa, também na Pedreira. Segundo o microempreendedor, são necessários aproximadamente quatro botijões por mês para preparar 40 quilos de massa, insumo essencial para a produção das coxinhas vendidas por ele. “Se fizermos um cálculo rápido, gastamos mais de R$ 400 apenas com gás, já que adquiro a R$ 105 cada unidade”, declara.
Para reduzir o custo, Dino revela que a fritura das coxinhas é realizada por eletricidade. “Caso contrário, certamente teria um custo praticamente duplicado do que tenho hoje, pois início a fritura por volta das 15h e só concluo às 21h. É um gasto substancial para quem depende do gás para trabalhar. Ficaria extremamente satisfeito se os preços diminuíssem, o que aumentaria o meu rendimento”.
Adriana Miranda, 36, também atua na venda de salgados e utiliza em média cinco botijões de gás por mês para preparar os lanches. “Apesar de considerar um preço salgado ainda, posso dizer que está bem melhor do que entre os anos de 2019 e 2022, quando chegou a ser cobrado R$ 150,00. Só no mês passado eu desembolsei cerca de R$ 600, valor que faz falta no final do mês”, lamenta.
A autônoma destaca a pesquisa de preços como a principal estratégia antes de adquirir o botijão de gás. “Faço uma procura dentro do bairro mesmo, de forma presencial, já que alguns locais cobram uma taxa de entrega. E também vejo os contatos que tenho por telefone. O mais em conta, ganha, pois temos que pensar sempre na redução de custo para tocar o negócio com folga”, afirma.