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Preço da carne bovina cai e alivia o bolso do paraense

14/09/2023
Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
14/09/2023 Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Wesley Costa

Os dados sobre a inflação oficial do país, divulgados essa semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), apontaram que o quilo de vários cortes de carne bovina apresentou queda nos últimos meses. Entre eles, o filé-mignon, que teve um recuo de 16,95%, o mais expressivo nos últimos oito meses do ano.

No geral, outras carnes também tiveram uma deflação média acumulada de 9,65% nos primeiros oito meses de 2023.

Seguido do filé-mignon, alguns cortes que também sofreram maior redução no valor do quilo estão: alcatra (-13,46%), contrafilé (-11,77%), pá/paleta bovina (-10,50), fígado (-10,15), costela (-9,95), acém (-9,49), picanha (-9,14), peito (-8,73), chã de dentro (-8,54), lagarto comum (-8,38), lagarto redondo (- 8,31), músculo (- 7,41), e o cupim (- 4,13).

Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, a queda do preço do filé-mignon também se destacou entre os itens do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O corte bovino foi o sexto item com maior redução do ano, ficando atrás somente da cebola (-43,71%), laranja (-36,14%), óleo de soja (-28,86%), abacate (-25,79%) e batata inglesa (-19,33%).

QUEDA BOA

A redução dos valores da carne, de uma forma geral, tem sido ótima para o açougue gerenciado por Gledson Lobo. Ele conta que algumas pessoas já estão conseguindo levar um pouco mais da proteína para casa. “No ano passado, por exemplo, o quilo do filé-mignon chegou a custar R$ 69,00. Hoje, você consegue comprar até por R$ 49,99. Então, essa redução tem sido boa para ambos os lados”, diz.

E não foram só os cortes nobres que apresentaram recuo. As carnes de segunda, como também são conhecidas, ficaram mais em conta nos últimos meses. Em alguns estabelecimentos da capital os consumidores podem encontrar o quilo da costela ou da paleta bovina (pá), custando R$ 12,99 o quilo. Em outros períodos, esses mesmos cortes já chegaram a custar R$ 23,99, afirmam os açougueiros.

O feirante Adjair Santos, 57, que trabalha como açougueiro há anos na feira da Pedreira, considera que as reduções ainda não são tão impactantes assim. “Houve sim uma queda nos preços gerais. Mas, infelizmente, ainda não dá para dizer que tem uma grande diferença no bolso. Mas há algo positivo nessas quedas também, porque a carne acaba puxando para baixo o preço de outras proteínas, como a suína”, destacou. Segundo o IBGE, o preço da carne de porco caiu 4,65%.

PESQUISA

A aposentada Verônica Barbosa, 50, afirma que percebeu a redução nos preços, mas que ainda precisa pesquisar bastante para encontrar um valor mais em conta. “Não foram todos os cortes que tiveram uma queda maior, então a gente ainda precisa fazer a velha pechincha. Em casa, por exemplo, a saída continua sendo comprar os cortes de segunda”, disse a consumidora.

 

Dieese também aponta queda nos preços

Preço da carne está em queda nos açougues. FOTO: RICARDO AMANAJÁS

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA), também divulgou dados apontando recuo no preço da carne bovina consumida pelos paraenses.

As análises comparativas mostraram que, em média, o quilo da carne comercializada na capital apresentou queda de quase 3,00% em agosto último em relação a julho deste ano. Já no período de janeiro a agosto de 2023, o preço do produto ficou em média 7,33% mais barato, e nos últimos 12 meses a queda acumulada foi de quase 9,64%.