Em quatro anos o Pix, sistema de pagamento instantâneo, revolucionou a forma como os brasileiros lidam com suas finanças. Segundo a pesquisa “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”, divulgada na quarta-feira (4) pelo Banco Central, o Pix não só superou o uso de dinheiro em espécie, mas também se tornou a forma de pagamento mais frequente para a maioria da população. Atualmente, 76,4% dos brasileiros utilizam o serviço.
O meio é, também, o preferido para 46% dos entrevistados. A transformação no comportamento financeiro é evidente quando comparada à última edição do levantamento, em 2021. Na época, o Pix era utilizado por 46% das pessoas, mas apenas 17% o apontavam como o meio de pagamento mais frequente.
Na capital paraense, a realidade apontada pela pesquisa reflete diretamente no cotidiano dos consumidores e pequenos comerciantes. De acordo com o atendente Edvaldo da Silva, de 34 anos, o Pix predomina nas transações durante os finais de semana, especialmente entre os clientes mais jovens.
“Durante a semana, o débito ainda é mais comum, mas no geral, o Pix supera. Facilitou tanto para nós que trabalhamos, quanto para os clientes, que não precisam mais se preocupar com troco ou sacar dinheiro”, diz.
Entre os vendedores ambulantes, o cenário é um pouco mais complexo. Luziene Pinheiro, 41 anos, que comercializa bananas, destaca que o dinheiro em espécie ainda é o método mais utilizado por seus clientes, representando grande parte dos pagamentos feitos por idosos.
“O Pix é muito prático, mas já tive problemas com pessoas que fazem agendamentos falsos e dizem que pagaram”, explica. “Tem cliente que só tem Pix, mas está sem internet. Nessas horas, só o dinheiro salva”, acrescenta.
Para os consumidores, a preferência pelo Pix é quase unânime. Pedro Campelo, 19 anos, estudante de gastronomia, revela que há cerca de 8 meses praticamente abandonou o uso de cédulas. “Hoje só uso dinheiro em situações muito específicas. O Pix se tornou indispensável. Até para pagar corridas de aplicativo, prefiro usar o QR Code. É rápido e sem complicação”, comenta.