Diego Monteiro
Desde a criação do PIX, em novembro de 2020, a modalidade tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil. De acordo com pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) entre os dias 14 e 19 de abril, essa transferência é a opção mais usada por 77% das 2 mil pessoas entrevistadas, dos quais 89% aprovam a opção e utilizam até mais que o dinheiro em espécie.
Para acompanhar essa transformação digital, muitos estabelecimentos de Belém e Região Metropolitana passaram a adotar o pagamento por PIX. Esses comerciantes estão dentro de outro dado direcionado à região Norte. Segundo a Febraban, 91% dos entrevistados afirmaram que usam esta opção para fazer pagamentos e 89% para receber pagamentos.
Na barraca de Alessandra da Conceição, 43, a plaquinha com a imagem do QR Code fica visível para todos os clientes. “Hoje a maioria das vendas que eu faço por aqui é feita no PIX. Se for conversar com os meus colegas aqui da feira da Pedreira eles vão afirmar a mesma coisa. Para mim é melhor, pois diferente das transações pela maquininha, o PIX não cobra taxa”, afirmou a feirante.
Outro ganho para os comerciantes é quanto a segurança. “Antes ficávamos apreensivos, principalmente quando tínhamos um dia bom de venda e o medo tem nome: assalto. Agora não. As pessoas vão pagando e tudo vai ficando dentro de uma conta que só tem acesso se a gente colocar a senha ou a digital, então para nós isso trouxe um pouco mais de tranquilidade”, completou Alessandra.
A Febraban informou ainda que diante do acumulado registrado no ano passado, as transações realizadas por meio do pagamento eletrônico somaram mais de R$ 24 bilhões, ou seja, uma média de R$ 66 milhões em operações diárias em 2022. Em relação aos cartões, em janeiro ultrapassou as operações de débito e em fevereiro foi a vez de passar na frente das transações de crédito.
FACILIDADE
A modalidade tem se destacado não só como uma forma de pagamento, mas também como uma opção ágil e prática para transferências financeiras. Com base nos dados da Febraban, pelo menos 68% dos usuários do PIX utilizam a opção para realizar transferências, enquanto 61% recebem quantias com certa frequência, como é o caso da autônoma Ruthcleia Ferreira, 35.
Ruth, como também é chamada, contou que não consegue comprar nada sem antes acessar o aplicativo do banco. “Temos que aproveitar todas as facilidades que a tecnologia tem para nos oferecer e graças a Deus é bem melhor andar com o celular do que com um monte de dinheiro no bolso. Considero bom até por conta do troco, que muita das vezes o comerciante tem dificuldades de passar”, frisou.
Frank Daluz, 37, é quem entrega o pão em uma padaria na Rua Nova com a travessa Lomas Valentinas. Para o atendente, a nova forma de adquirir um bem hoje facilita até para os dias em que o movimento está grande. “Imagine, só o fato de conferir o dinheiro recebido, depois conferir o troco que precisa ser dado, consome um tempo muito grande”, explicou.
“Tenho certeza que em breve aqui a tendência é que tenhamos um real digital e que o dinheiro ‘vivo’, como as pessoas gostavam de receber antes, passe a perder espaço para esse mundo cada vez mais digital”, concluiu Daluz.
Perfil
- Os jovens estão no grupo etário que mais utiliza essa ferramenta, enquanto o uso do PIX entre a população com 60 anos ou mais cai para 51%. Ao analisar a escolaridade, a maioria dos usuários desta ferramenta possui ensino fundamental, representando 69% do total, e 70% possuem renda de até dois salários mínimos.