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Pesquisa Radar: Brasileiros avaliam que país está melhor em 2023

Novo mínimo deve alcançar 2 milhões de pessoas no Pará. Foto: José Cruz / Agência Brasil
Novo mínimo deve alcançar 2 milhões de pessoas no Pará. Foto: José Cruz / Agência Brasil

Chegando à metade do ano, o brasileiro mantém o otimismo diante da economia brasileira, a de sua família e sua própria. A queda da inflação é um dos sinais que dão o suporte a essa perspectiva mais positiva sobre os rumos econômicos, mostra a rodada de junho da pesquisa RADAR FEBRABAN, Pesquisa Febraban-Ipespe.

Na esteira do recuo objetivo da inflação ao longo dos últimos meses, caiu oito pontos no último bimestre (de 67% em abril para 59% em junho) a percepção de que os preços estão se elevando. Para perto de um quinto (18%) houve diminuição da carestia.

Também cresceu quatro pontos (de 37% para 41%) a visão de que o país está melhor do que em 2022. E a expectativa de que o Brasil vai melhorar até o final deste ano também evoluiu dois pontos no último bimestre (de 51% para 53%). Essa expectativa positiva é generalizada em todos os segmentos avaliados por sexo, escolaridade, renda familiar e instrução.

Realizada entre os dias 22 e 29 de junho, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do País, esta edição do RADAR FEBRABAN mapeia as expectativas dos brasileiros sobre a economia em 2023, sua vida pessoal, e também em relação à atual gestão política do país. A pesquisa traz ainda uma versão regional, com as opiniões de cada uma das cinco regiões brasileiras.

Seguem estáveis a aprovação e a avaliação do governo federal, ao fim do primeiro semestre do mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com oscilações de um a dois pontos em relação ao levantamento de abril. Na avaliação, o Governo obtém 38% de ótimo e bom, cerca de um terço o consideram regular (31%), e 27% o avaliam de forma expressamente negativa (ruim e péssimo).

O estudo também mostra que a ampla maioria (70%) daqueles que tomaram conhecimento da iniciativa da Autorregulação dos bancos de exigir que frigoríficos e matadouros implementem a partir de 2026 o rastreio da cadeia de carnes aprova a medida. “Esse é um resultado expressivo e comprova que a sustentabilidade é uma preocupação real das pessoas, que cada vez mais identificam boas práticas ambientais e sociais como uma necessidade e obrigação das empresas”, avalia o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE, que complementa; “A agenda verde dos bancos nessa direção já existe há vários anos, mas aprimorá-la estreita esse elo fundamental com a sociedade atual e futura”.

Seguem os principais resultados do levantamento:

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INFLAÇÃO e ECONOMIA

Na esteira do recuo da inflação este ano – segundo dados do IPCA – o RADAR FEBRABAN mostra que a percepção de aumento de preços cai oito pontos no último bimestre (de 67% para 59%). Para perto de um quinto (18%) houve diminuição dos mesmos.

Cresce quatro pontos (de 37% para 41%) a visão de que o país está melhor do que em 2022. E evolui dois pontos no último bimestre (de 51% para 53%) a expectativa de que o Brasil vai melhorar até o final deste ano.

 

GOVERNO

1. Aprovação

Ao fim do primeiro semestre do mandato permanece o cenário de estabilidade na aprovação e avaliação do Governo Lula, com oscilações de um a dois pontos em relação ao levantamento de abril.

2. Avaliação

Na questão de Avaliação, o Governo obtém 38% de ótimo e bom, cerca de um terço o consideram regular (31%), e 27% o avaliam de forma expressamente negativa (ruim e péssimo). Entre os que aprovam o Governo, a avaliação expressamente positiva chega a 71% enquanto 27% o consideram regular. Do outro lado, 67% dos que desaprovam, o avaliam como ruim ou péssimo, ao passo que 29% deles expressam uma avaliação mediana.

3. Desempenho futuro

Sem oscilação em relação à pesquisa do bimestre anterior, a expectativa positiva sobre o desempenho do Governo até o final de 2023 (ótimo/bom) mantém-se no patamar de 51% – igual ao da aprovação. Também ficou estável (27%) o contingente mais pessimista, que acredita que o restante da Administração será ruim ou péssimo. Apenas a opinião de que a atuação até o fim do ano será regular variou para cima (dois pontos).

4. Áreas prioritárias

Na agenda de áreas prioritárias para receber atenção do Governo Federal, os destaques são:

1º) Saúde mantém a liderança no ranking, com o mesmo percentual de abril (25% na primeira menção);

2º) Emprego/Renda avança três pontos (de 21% para 24%), quase empatando com Saúde;

3º) Educação

4º) Inflação e Custo de Vida

5º) Fome e Pobreza

6º) Corrupção

7º) Segurança – caiu da 5ª para 7ª posição.

 

VIDA PESSOAL E FAMILIAR

Na dimensão pessoal e familiar, o sentimento de que que a vida está melhor também oscilou positivamente dois pontos entre abril e junho (de 41% para 43%). Esse sentimento é maior entre os jovens de 18 a 24 anos (56%), ao passo que entre os entrevistados de 60 anos ou mais chega a um quarto a sensação de piora.

Quanto à expectativa de que a vida nesse campo pessoal e familiar irá melhorar ainda em 2023, o otimismo se estabiliza em patamar elevado (70%) enquanto o pessimismo recua um ponto (de 10% para 9%).

 

ENDIVIDAMENTO

Mais da metade dos entrevistados (51%) – o que corresponde a pouco mais de 70 milhões de brasileiros – se declaram endividados (percentual levemente menor do que no levantamento de fevereiro, 53%).

Embora a maioria (76%) acredite que terminará o ano menos endividada ou do mesmo jeito que se encontra hoje, a pesquisa registra um aumento de quatro pontos no contingente que crê num maior endividamento nesse horizonte, chegando a um quinto da amostra (20%).

 

DESENROLA

Perto de cinco em dez entrevistados (45%) já tomaram conhecimento do Programa Desenrola, do Governo Federal que contará com a participação dos Bancos.

Quase dois terços (65%) do público-alvo – com dívidas bancárias e/ou não bancárias – têm intenção de participar dele; 7% ainda não sabem; e 28% não pretendem aderir ao Programa.

 

EXPECTATIVAS PARA OS PRÓXIMOS SEIS MESES

  • Acesso a crédito: a opinião de que vai aumentar cresceu três pontos e, inversamente, a projeção de diminuição reduziu quatro pontos.
  • Desemprego: em patamar objetivamente baixo, a expectativa de que vai aumentar recuou dois pontos (de 36% para 34%).
  •  Impostos: a diminuição substancial de seis pontos na crença sobre aumento de impostos e a oscilação de mais dois pontos na expectativa de que vão diminuir traduzem informações mais tranquilizadoras quanto à Reforma Tributária.
  • Inflação/custo de vida: além da redução da percepção de que os preços aumentaram como foi visto em questão anterior, também recua – quatro pontos – a expectativa de novos aumentos (de 49% a 45%).
  • Taxa de juros: em meio a notícias ambivalentes, recua tanto o prognóstico de aumento dos juros (dois pontos) quanto de redução (um ponto).
  • Poder de compra: registro de estabilidade, com variação de menos um ponto no contingente que aposta em aumento e mesma oscilação entre os que acreditam na diminuição.

 

 

COMPRAS COM SOBRAS NO ORÇAMENTO

Qual seria o destino de eventuais sobras no orçamento dos brasileiros?

  • compra de imóvel como primeira alternativa (32% – eram 35% em abril);
  • aplicação em outros investimentos bancários, fora a poupança (23% – eram 22% em abril);
  • poupança (20% – eram 21% em abril);
  • reforma da casa (18% – eram 19% em abril);
  • cursos e educação pessoal e da família (13% – eram 16% em abril);
  • viagens (13% – os mesmos 13% de abril).

 

COMBATE AO DESMATAMENTO ILEGAL

Embora ainda predomine a desinformação, já chega a mais de um quarto (27%) o conhecimento a respeito de recente compromisso assumido pelos principais bancos do país de, a partir de 2026, só concederem empréstimos a frigoríficos e matadouros que tenham implementado sistemas de rastreio das suas cadeias de fornecimento para comprovar que não compram gado proveniente de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia e no Maranhão.

Essa iniciativa é amplamente aprovada por 70% dos entrevistados e integra as novas normas aprovadas pelo Conselho de Autorregulação da Febraban, como parte de uma série de ações das chamadas finanças sustentáveis que visam estimular o desenvolvimento de uma economia cada vez mais saudável.