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Pagamentos feitos no PIX crescem cada vez mais no Pará

Dino Oliveira demorou para se adequar ao formato, mas hoje considera um meio muito mais prático e seguro de receber pelas vendas. Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará
Dino Oliveira demorou para se adequar ao formato, mas hoje considera um meio muito mais prático e seguro de receber pelas vendas. Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará

Diego Monteiro

Desde a implementação do PIX, em novembro de 2020, esse sistema tem se estabelecido como o principal meio de pagamento no Brasil, devido à sua praticidade, rapidez e segurança. Conforme indicado por um estudo conduzido pelo Itaú Unibanco, esse tipo de transferência monetária cresceu 125% até agosto deste ano em todo o país, em comparação com o mesmo período de 2022.

No Pará, observou-se um aumento de 48% no uso desse método de pagamento digital durante o mesmo período. Em relação ao público paraense, os homens superam as mulheres em gastos nesse formato, contribuindo com 70% do faturamento total. Como resultado, o ticket médio masculino – que indica o valor médio de compras por cliente – é mais alto: R$ 433 contra R$ 278 do feminino.

Além disso, o setor de alimentação lidera com grande vantagem entre aqueles que recebem pagamentos via PIX no Pará, correspondendo a 39% do total das transações nos oito meses de 2023. Outros setores também se destacam, como combustíveis, que alcançou 9%; seguido por despesas em farmácias, com 6%; e, por fim, materiais de construção em quarto lugar, com 5%.

Para acompanhar essa revolução digital, muitos estabelecimentos, feiras e supermercados em Belém e na Região Metropolitana adotaram o PIX como opção de pagamento. Mesmo aqueles que inicialmente resistiram a essa ideia tiveram que mudar de opinião, pois a maioria dos concorrentes já aderiu a essa modalidade de pagamento e manter as vendas é crucial num mercado cada dia mais competitivo.

Na barraca de Dino Oliveira, 43 anos, a plaquinha com a imagem do QR Code fica à vista de todos os clientes, mas o autônomo demorou para adotar o PIX. “Anteriormente, eu tinha receios e sentia um certo medo devido a falta de familiaridade com a ferramenta. No entanto, com o tempo, percebi que perdia muitas vendas, o que começou a afetar meu orçamento, então tive que me modernizar”, explica.

Oportunidade

Localizado na rua Antônio Everdosa, no bairro da Pedreira, o carrinho de coxinhas de Dino está sempre cheio de clientes na maior parte do tempo. “Para você ter uma ideia, anteriormente, eu só aceitava dinheiro e conseguia, em média, R$ 1,3 mil por dia. Hoje, continuo obtendo resultados semelhantes, às vezes até melhores, e a única diferença é que agora 40% das vendas são realizadas via PIX”, enfatiza.

Ronaldo Dantas, 49, trabalha nas ruas de Belém há 25 anos. “Até um tempo atrás, eu só aceitava dinheiro, mas hoje em dia ninguém quer mais usar o papel”, brinca o autônomo. “Para mim, que trabalha nas calçadas, o PIX tornou tudo mais interessante em termos de segurança, pois não estamos sujeitos ao risco de assaltos, o que, consequentemente, evita perdas na renda”, diz.

Ronaldo Dantas, 49, trabalha nas ruas de Belém há 25 anos. “Até um tempo atrás, eu só aceitava dinheiro, mas hoje em dia ninguém quer mais usar o papel”, brinca o autônomo. Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará

“Devemos aproveitar as facilidades que a tecnologia oferece, e graças a Deus é muito melhor carregar um celular do que um monte de dinheiro no bolso. Além disso, é ótimo para evitar problemas com troco, já que, muitas vezes, os comerciantes têm essa dificuldade. Nesse caso, as pessoas fazem o PIX com o valor exato e ninguém fica devendo moedinhas para ninguém”, completa Ronaldo.

Facilitou até mesmo para os flanelinhas espalhados pela cidade. “Quando o nosso patrão não tem uma moedinha, aí damos a opção para que ele faça em PIX. Esse é o futuro do mundo e da economia, então é preciso que haja uma adaptação, pois se não, ficamos para trás, e como precisamos viver, temos que trabalhar”, comentou Jefferson Conceição, 39, que repara carros no centro de Belém.

Montante

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o total acumulado no ano passado revelou que as transações efetuadas por meio do PIX ultrapassaram a marca de R$ 24 bilhões, o que equivale a uma média de R$ 66 milhões em transações diárias. Em relação aos cartões, em janeiro de 2023, essa opção superou as transações de débito, e em fevereiro, ultrapassou as transações de crédito.