RIO (AG) – O país registrou novo recorde na demanda de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) na última sexta-feira. A informação é do Operador Nacional do Sistema (ONS), segundo o qual o patamar atingido a menos de uma semana do fim do verão foi de 102.478 MW, sendo atendida por 92,5% de energia sustentável.
A marca anterior era de 101.860 MW, registrada em 7 de fevereiro. De acordo com o ONS, a demanda foi influenciada por questões climáticas, principalmente pelas elevadas temperaturas em quase todo o país, que teve o registro de mais uma onda de calor.
Desde novembro de 2023, o SIN vem registrando sucessivos recordes na demanda instantânea de carga, em função das ondas de calor.
Estimativa do ONS até o dia 22 de março indica que a demanda de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em todos os subsistemas deve acelerar. A previsão de temperaturas elevadas para os próximos dias se mantém como a principal justificativa para esse comportamento.
O Sistema Interligado deve registrar expansão de 5,7%. Entre os subsistemas, o maior crescimento é estimado para o Nordeste, 8,8% , seguido pelo Norte, 8,5% . As projeções para o Sudeste/Centro-Oeste e para o Sul são de 5,8% e 1,5% , respectivamente. Os números são comparações entre as perspectivas de março de 2024 e o mesmo período de 2023.
Confira os últimos três recordes na demanda de energia:
14 de novembro de 2023 – 101.475 MW
07 de fevereiro de 2024 – 101.860 MW
15 de março de 2024 ? 102.478 MW
Com a frequência cada vez maior de tempestades, ventos acima da média histórica e ondas de calor constantes, que sobrecarregam o sistema elétrico, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu início a uma tomada de subsídios – espécie de consulta pública no âmbito de sua superintendência.
Com base nisso, vai preparar uma instrução técnica, a ser encaminhada a um relator que avaliará um conjunto de novas regulamentações, com obrigações, procedimentos, protocolos de trabalho e novos serviços para as distribuidoras.
Entre as medidas, estão o aterramento de fiação elétrica, mapeamento de árvores, planos de contingência com a criação de protocolos de compartilhamento de equipes entre as distribuidoras de energia e a instalação de radares meteorológicos Brasil afora.
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) também está fazendo um estudo internacional para analisar e tratar os efeitos dos eventos extremos, a fim de aumentar a resiliência das redes.
Para especialistas, uma das barreiras à adaptação das concessionárias de energia a eventos climáticos extremos é justamente como as elas vão repassar esses investimentos às tarifas.