O Dia Nacional do Medicamento Genérico no Brasil é celebrado amanhã, 20 de maio. A data destaca a importância desses remédios para a saúde pública e para que mais pessoas tenham acesso a tratamentos mais acessíveis. Aproximadamente 90% das doenças que conhecemos já podem ser tratadas com medicamentos genéricos. No Programa Farmácia Popular, 85% dos medicamentos distribuídos são genéricos. E, em 2024, os genéricos representaram cerca de 38% das vendas no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos).
Mas ainda muitas pessoas ficam em dúvida na hora de comprar na farmácia, entre um genérico, um similar ou um de referência. Segundo o farmacêutico Renato Cavalcante, há diferença entre essas três opções disponíveis nas drogarias. Segundo ele, nenhuma delas prejudica o tratamento do paciente, pois todas têm os mesmos efeitos no organismo. Isso porque os medicamentos genéricos, similares e de referência contêm os mesmos princípios ativos em suas fórmulas e podem ser usados sob prescrição médica.
“Um medicamento de referência é aquele que foi lançado primeiro no mercado por um laboratório, após passar por bastante pesquisa e testes. Ele tem um nome comercial (marca). Já o medicamento genérico é uma cópia desse de referência, contendo o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, mas não possui marca, apenas o nome do princípio ativo. Geralmente, os genéricos são mais baratos”, explica.
“O medicamento similar também tem o mesmo princípio ativo e dose do de referência, além de um nome comercial, mas pode ter algumas diferenças nos excipientes e na embalagem. Essas diferenças não comprometem a eficácia do medicamento, garantindo que ele funcione da mesma forma”, acrescenta.
VENDA
Renato explica que a Lei 9.787, aprovada em 1999, foi a responsável por permitir a venda de medicamentos genéricos no Brasil. “Essa lei autorizou que qualquer laboratório pudesse vender medicamentos cujas patentes já tinham vencido. Os genéricos são uma opção segura e eficaz em relação aos medicamentos de referência, além de serem mais acessíveis, o que ajuda a ampliar o acesso à saúde para mais pessoas”, pontua.
“O custo mais baixo acontece porque esses medicamentos não precisam passar por novos estudos de pesquisa, já que um similar já existe no mercado, nem por campanhas publicitárias de marca, já que não possuem nome comercial. Mesmo assim, eles passam por testes rigorosos de qualidade antes de serem aprovados para venda”, complementa.
Como identificar um medicamento genérico?
Para identificar um medicamento genérico na farmácia, o especialista diz que o consumidor deve ficar atento a algumas características. Ele deve verificar se a embalagem tem a frase Medicamento Genérico – Lei 9.787/99 e uma tarja amarela com a letra G. Além disso, ele frisa que a troca de um medicamento de referência por um genérico deve ser feita sob orientação do médico que prescreveu ou recomendada pelo farmacêutico.
A procura tem crescido bastante nas farmácias. Em uma drogaria que fica no bairro da Pedreira, a farmacêutica Camila Corrêa comenta que realmente o consumo de genéricos aumentou bastante. “As pessoas estão mais confiantes na hora de escolher esses medicamentos e, quando ficam com alguma dúvida, os farmacêuticos esclarecem tudo. Além disso, a variedade de genéricos disponíveis também vem crescendo”, pontua. Camila explica que a diferença de preço entre os medicamentos é grande e faz toda a diferença para quem precisa economizar.
Medicamentos mais vendidos
Os remédios para dor e febre são os mais vendidos. “São aqueles usados para aliviar dor e febre, como paracetamol, dipirona e ibuprofeno. Há também uma grande procura por medicamentos para hipertensão, como a losartana, e para diabetes, como a metformina. Os medicamentos para sintomas de gripe também são bastante buscados, incluindo antialérgicos como loratadina e dexclorfeniramina”, destaca.
Luana Martins, que é autônoma e tem 35 anos, costuma comprar seus medicamentos na drogaria. Segundo ela, há muitos anos, todos na família usam esse tipo de remédio com frequência. “Às vezes, nem pergunto o preço do medicamento de referência, já vou direto para o genérico. Confiamos plenamente na eficácia e no tratamento, pois fazemos exames regularmente e tudo está sob controle”, diz Martins. Além disso, ela destaca que, muitas vezes, o genérico custa até 50% a menos.