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Marmitas, filão lucrativo que veio pra ficar

Ana Menezes conta que chegou a preparar 200 marmitas durante a pandemia. Serviço de entregas continua fazendo sucesso. Foto celso Rodrigues/ Diário do Pará
Ana Menezes conta que chegou a preparar 200 marmitas durante a pandemia. Serviço de entregas continua fazendo sucesso. Foto celso Rodrigues/ Diário do Pará

Wesley Costa

Um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), apontou um crescimento de 68% no setor de marmitas em todo o Brasil, somente nos últimos três anos. Neste período que coincidiu com os momentos mais críticos da pandemia da Covid-19, quase 300 mil marmitarias foram abertas no país. Os novos negócios, somados aos já existentes, alcançaram o montante de 440.493 estabelecimentos registrados oficialmente.

Segundo a entidade, foi justamente a pandemia que permitiu o crescimento da atividade, que chegou a provocar significativas mudanças relacionadas ao consumo de alimentos como, por exemplo, os pedidos de delivery, e segue chamando atenção do mercado empreendedor. Depois do primeiro “boom”, a tendência é de estabilização.

Em Belém, vários restaurantes ofereceram o serviço durante a pandemia e ainda continuam com a modalidade. Um desses estabelecimentos fica localizado na avenida Rômulo Maiorana, no Marco, e é administrado pela Ana Menezes, que recebe a ajuda de outras pessoas para garantir os preparativos das marmitas e entregas. Antes da pandemia, a proprietária já trabalhava com essa opção, mas foi realmente nos últimos anos que viu os pedidos aumentarem.

“Como eu fornecia para algumas empresas aqui perto, sempre tinha encomendas diárias para atender essa demanda dos funcionários. Até então, eram poucas as pessoas que vinham de fora para comprar e levar. Mas foi na pandemia que tudo mudou. Enquanto outros estabelecimentos não suportam a crise, por semana cheguei a preparar quase 200 marmitas. As encomendas eram muitas mesmo”, contou.

A mudança da rotina das pessoas, aliada à praticidade do delivery e à variedade no cardápio, foram os principais pontos que fizeram as marmitas do restaurante da Ana virarem um sucesso. “Hoje, tem semanas nas quais as saídas são menores e outras em que esse fluxo aumenta. Mas acredito que as pessoas se acostumaram com essa facilidade. Alguns clientes relatam que está sendo mais econômico comprar a comida feita. Graças a Deus eu tenho uma variedade no cardápio que garante também essa fidelidade”, disse a proprietária.

Receita Federal
A Receita Federal também chegou a divulgar números relacionados às marmiterias. De acordo com órgão fiscalizador, em 2022 foram abertos quase 80 mil estabelecimentos no ramo, sendo a maioria por microempreendedores individuais (MEI).

O dado coletado é menor quando comparado ao ano anterior que registrou 112 mil negócios. Porém, a atividade de fornecimento de marmitas no ano passado ficou superior ao visto em 2019, no período pré-pandemia.