Os bancos concentram a maior parte das dívidas, com 66,37% do total.
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Mais de 71 milhões de brasileiros estão com dívidas em atraso e com o nome inscrito nas restrições de crédito. É o que aponta o levantamento divulgado na manhã desta quarta-feira, 15, pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

O número representa 43% da população adulta do país e os dados se referem à setembro de 2025, um aumento de quase 9% em relação ao período anterior. A alta anual de devedores foi impulsionada, principalmente, por dívidas com tempo de atraso de três a quatro anos, que representam 34,46%.

Dívidas por região, faixa etária e gênero

A maior faixa etária de devedores em setembro foi de 30 a 39 anos (23,56%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,18% mulheres e 48,82% homens.

Por região, o Centro‐Oeste apresentou a alta mais expressiva no número de inadimplentes na comparação anual, com crescimento de 8,16%, seguido pelo Norte (7,99%), Nordeste (7,59%), Sudeste (7,54%) e Sul (7,36%).

De acordo com o indicador de inadimplência, em setembro de 2025, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.801,45 na soma de todas as dívidas. Considerando todas essas dívidas, cada inadimplente deve, em média, para mais de 2 empresas. 

Perfil da dívida

Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (30,55%) tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a 43,63% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.

Em termos de participação, o setor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 66,37% do total. Na sequência, aparece Água e Luz (10,28%), o setor de Comércio com 9,39% e Outros com 8,20% do total de dívidas.

Dicas para evitar o endividamento

Um dos fatores apontados como potenciais no contexto de inadimplência são as redes sociais, que se tornaram poderosas ferramentas de venda. “As plataformas conhecem profundamente o comportamento, as necessidades e os desejos dos consumidores — e usam estes dados para estimular compras cada vez mais impulsivas’, pontua o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.

Reduzir a exposição a esses estímulos pode ser uma estratégia eficaz para evitar gastos desnecessários. “Medidas simples como limitar o uso das redes sociais, desinstalar aplicativos de compras ou sair de grupos que divulgam promoções, ajudam a controlar o acesso ao consumo e, consequentemente, facilitam o hábito de poupar”, finaliza Pellizzaro.