Uma pesquisa do Instituto DataSenado revelou que 22,13 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais, equivalendo a 13% da população, participaram de apostas esportivas nos últimos 30 dias. A análise, parte do estudo Panorama Político 2024: apostas esportivas, golpes digitais e endividamento, foi divulgada nesta terça-feira (1º) e destaca que homens até 39 anos com ensino médio completo são os principais usuários desses aplicativos.
Entre os apostadores, 62% são homens e 38% mulheres. A maioria (56%) possui entre 16 e 39 anos, seguida por grupos de 40 a 49 anos (17%), 50 a 59 anos (13%) e 60 anos ou mais (14%). No que diz respeito à escolaridade, 40% têm ensino médio completo, 23% não completaram o ensino fundamental e 20% têm ensino superior incompleto ou mais.
Perfil econômico dos apostadores
Em termos econômicos, 68% dos apostadores estão empregados, enquanto 27% estão fora da força de trabalho e apenas 5% se identificam como desempregados. A maioria (52%) recebe até dois salários mínimos, 35% ganham entre dois e seis mínimos, e 13% têm renda superior.
A pesquisa também revelou que a maior parte dos apostadores gastou até R$ 500 em plataformas de apostas, com apenas 3% declarando valores superiores. O percentual de apostadores varia pouco entre as regiões, com Roraima e Pará apresentando 17%, enquanto o Ceará ficou abaixo da média nacional, com 8%.
Impacto e preocupações
José Henrique Varanda, analista do DataSenado, ressaltou que a pesquisa traz à tona questões importantes sobre o perfil dos apostadores e seu impacto no Congresso Nacional. Ele destacou a predominância de homens jovens e a relação entre escolaridade e propensão a apostar.
Além disso, a pesquisa apontou que 58% dos apostadores estão com dívidas em atraso há mais de 90 dias, evidenciando os riscos financeiros associados às apostas.
Legislação sobre apostas esportivas
As apostas esportivas foram permitidas em 2018 pelo governo de Michel Temer, mas só receberam regulamentação em 2023. A Lei 14.790 define a tributação sobre empresas e apostadores, além de estabelecer regras para a operação desses serviços. A legislação destina parte da arrecadação a áreas como educação, saúde e segurança pública, e exige que as empresas operem com sede no Brasil.
Apesar dos benefícios fiscais, o crescimento acelerado das apostas, impulsionado pela publicidade online, tem gerado preocupações sobre o endividamento das famílias e o impacto na economia, levando o governo a considerar o endurecimento das regras relacionadas às apostas.
Fonte: Agência Senado