
A inadimplência no Brasil segue em alta e alcançou 68,83 milhões de consumidores em janeiro de 2025, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O levantamento revela que 40,17% da população adulta do país está com restrições de crédito.
Em comparação com janeiro de 2024, o número de inadimplentes cresceu 2,76%. Já na variação mensal, entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, houve um aumento de 1,57% no total de consumidores com dívidas em atraso.
Faixa etária mais afetada
A inadimplência tem atingido principalmente a população economicamente ativa, com destaque para a faixa etária de 30 a 39 anos, que representa 23,74% do total de inadimplentes. Isso equivale a 17,03 milhões de pessoas, sendo que 50,13% desse grupo etário estão com restrições de crédito. A distribuição por gênero é equilibrada, com 51,10% de mulheres e 48,90% de homens.
Tempo de inadimplência
O crescimento do número de devedores foi impulsionado pelo aumento das inclusões de consumidores com dívidas entre 3 e 4 anos de atraso, que subiram 38,49%.
Valor médio das dívidas
Em média, cada consumidor inadimplente deve R$ 4.492,09, distribuídos entre diferentes credores. Quase três em cada dez consumidores (30,79%) possuem dívidas de até R$ 500, enquanto 44,51% têm dívidas de até R$ 1.000.
Setores credores
O setor financeiro é o principal credor das dívidas em atraso, representando 65,98% do total. Outros setores também têm participação relevante:
- Bancos: 65,98%
- Água e Luz: 10,20%
- Comércio: 10,05%
- Outros: 8,04%
Apesar do crescimento da inadimplência, houve queda nas dívidas registradas nos setores de comércio (-6,22%), água e luz (-5,90%) e comunicação (-4,66%). Em contrapartida, as dívidas com bancos tiveram um crescimento expressivo de 7,71%.
Regiões com maior inadimplência
A inadimplência também apresenta variações significativas entre as regiões do país. A maior alta no número de dívidas foi registrada no Centro-Oeste (9,91%), seguido pelo Norte (4,83%), Nordeste (3,90%), Sudeste (2,88%) e Sul (1,34%).
Entre as regiões, o Centro-Oeste lidera com a maior taxa de inadimplência, atingindo 43,80% da população adulta. No Sul, esse percentual é o menor do país, com 35,70%.
Como sair da inadimplência
Para recuperar o crédito, especialistas recomendam que os consumidores façam um levantamento completo de suas dívidas e busquem condições favoráveis de renegociação. O uso de ferramentas de planejamento financeiro pode ajudar a evitar novos endividamentos. Além disso, medidas públicas para reduzir as taxas de juros podem ser essenciais para melhorar a situação financeira dos consumidores.
Segundo o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, “é fundamental que os consumidores busquem renegociação de suas dívidas e organizem seu orçamento para evitar novos endividamentos”.