Diego Monteiro
Entre os meses de janeiro e março de 2024, os paraenses viram uma significativa alta nos preços das frutas vendidas nas feiras e nos supermercados de Belém. Conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA), houve casos em que esse aumento superou 20%.
A principal justificativa para os preços elevados é a entressafra, o clima, assim como os custos com frete e as grandes distâncias dos centros produtores.
O supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, acrescenta: “Esses fatores são comuns, mas enquanto continuarmos dependendo muito de outras regiões e não tivermos uma produção local que supra ao menos parte do que consumimos, toda vez que os custos variarem significativamente, o resultado será um aumento considerável nos preços finais, afetando diretamente o orçamento das famílias”.
Consumidores afirmam que buscam alternativas e têm adaptado suas escolhas para garantir o abastecimento de frutas em casa diante desse contexto. As principais estratégias incluem pesquisas de preço e a redução da quantidade no carrinho para economizar na hora de passar no caixa, mantendo assim uma alimentação saudável para a família e economizando.
Para Edson Dias, 54 anos, os preços mais altos afetam não só as frutas, mas toda a seção de hortifruti. Segundo o analista de sistemas, as altas são percebidas semanalmente, o que tem levado à diminuição da quantidade de frutas compradas. “Infelizmente passamos a comprar menos para poder manter aquela margem de custo com supermercado e garantir o alimento em casa”, disse.
Outro detalhe, conforme pontua Fátima Cruz, 55, é que nem sempre as pesquisas são eficazes, pois alguns tipos de frutas podem ter preços atrativos enquanto outros estão mais caros. “Então no final, se você for ver, sai elas por elas”, explica a autônoma. “Além disso, quando você opta por comprar as que estão melhores de preço, geralmente a qualidade deixa a desejar”.
Já Heloísa Cardoso enfatiza que a pesquisa continua sendo a melhor ferramenta. “As vezes vou na feira e anoto os preços. Aí de vez em quando vou ao supermercado e anoto também os preços. E conforme esses dados que eu vou compilando é que vou encontrando os melhores lugares para comprar. Nem sempre consigo economizar, mas funciona”, conta a autônoma.
Por outro lado, Marcelo Duarte, 51, afirma que não há outra opção senão arcar com esses custos. “Manter uma alimentação dentro dos padrões mínimos é caro e com o passar do tempo essa situação fica mais difícil. Mas é preciso garantir essas frutas na alimentação, mesmo que no final pese um pouco no bolso. A melhor estratégia é se organizar”, conclui o corretor.
Saiba mais
- O abacaxi liderou esse ranking, com uma alta de preço de 24,30% por unidade, seguidos pela laranja (20,44%), mamão (16,83%), goiaba (14,80%). banana prata (12,59%). Esses aumentos ficaram acima da inflação, que estava em 1,58%, segundo o Índice de Preços no Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- No mesmo período analisado, alguns produtos tiveram seus preços reduzidos, com destaque para o limão, que teve uma queda de 21,22%, seguido pela melancia (-5,78%).