Ana Laura Costa
Uma nova pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese Pará), mostra que, no mês passado, o preço médio do kg da farinha de mandioca voltou a ficar mais caro e contribuiu para que no encerramento do 1º semestre deste ano, janeiro a junho, o produto ocupasse o 2º lugar entre os 12 itens da cesta básica paraense que apresentaram os maiores aumentos de preços.
Ainda segundo a pesquisa, a trajetória de preços médios do kg do produto foi a seguinte: em dezembro do ano passado, o quilo da farinha custava em média R$ 8,70. Já em janeiro deste ano, o produto era vendido a R$ 9,26, em fevereiro os consumidores compravam a farinha de mandioca no valor de R$ 9,91. No mês de março, a média de preço era de R$ 9,93 e em abril, com nova alta, o produto foi comercializado a R$ 9,98.
No mês de maio, o kg da farinha foi comercializado em média a R$ 10,02 e no mês passado, com nova alta, foi vendida em média a R$10,11. Com isso, as análises do Dieese Pará apontam que em junho de 2023, os paraenses pagaram cerca de 0.90% a mais pelo kg da farinha de mandioca comercializada na capital.
Ainda de acordo com as análises, no balanço comparativo de preços do 1º semestre deste ano, de janeiro a junho, o kg do produto acumulou alta de 16,29%. Este percentual representa mais que o dobro da inflação registrada em 3,00% (INPC/IBGE) para o mesmo período.
Na feira da Pedreira, em Belém, o vendedor de farinha Inácio Lima, 54, afirma que não está repassando o aumento dos valores para os clientes. Ele conta que boa parte da farinha que vende vem dos municípios de Bragança e Santa Maria, e tem comprado as sacas nos valores de R$ 450,00 a R$ 800,00, dependendo do tipo. “Eu acho que estabilizou o preço, desde o ano passado tem se mantido nesses preços mesmo as sacas que compro, mas não repasso para o consumidor final, então as vendas estão boas”, comenta.
No box do Inácio, por exemplo, é possível comprar a farinha lavada biscoito, que custa R$ 10,00, assim como a de Bragança, pelo mesmo valor. Já a farinha d’água, conhecida como comum, custa R$ 7,00.
Segundo ele, os valores podem sofrer uma nova alta apenas em setembro, período de entressafra. “Em setembro pode ser que a gente não consiga segurar os preços, né? Porque na entressafra vai aumentar mesmo, e isso vai até dezembro, por aí”, conta.
Já em outra banca, a estratégia em manter o preço para não perder cliente também vale. Porém, segundo Fabiana Monteiro, 28, a tipo farofa amarela e branca sofreu aumento de R$ 1,00. “Antes a gente vendia a cinco reais, hoje estamos vendendo a seis reais, não deu para manter o preço. Mas os clientes não estão reclamando, até porque vínhamos mantendo os preços há um tempo e eles ainda estão estáveis”.