O quilo do frango nas principais redes de supermercados de Belém está mais caro, segundo o novo levantamento divulgado ontem (3) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA). Os resultados do estudo mostram ainda que os percentuais de reajustes superaram em mais que o dobro a inflação calculada em torno de 5,30% para os últimos 12 meses.
No caso do frango resfriado, as pesquisas mostram que nos últimos 12 meses o quilo da marca Americano apresentou em junho/2024 o preço médio a R$ 12,41; em junho deste ano foi comercializado em média a R$13,75, registrando alta de 10,78%. No caso do frango resfriado Avispará, a trajetória de preços registrou em junho de 2024 o quilo do produto a R$ 11,89, fechando o mês de junho/2025 a R$ 13,59, acumulando uma alta de 14,33% no período.
O levantamento também pesquisou o preço do quilo do frango congelado. Os dados mostram que, em média, o preço do quilo do frango congelado da marca Americano custava R$ 9,72 em junho do ano passado; neste ano, o preço subiu para R$ 11,31, registrando aumento de 14,36%. Já a marca Avispará registrou preço médio de R$ 9,86, em junho/2024, fechando o mês passado com o preço do quilo custando R$ 11,02. O levantamento conclui que o preço do frango congelado Avispará subiu em 11,69% nos últimos 12 meses.
Conforme informa o Dieese/PA, no final do primeiro semestre de 2025, os preços do frango no mercado interno brasileiro registraram certa retração, especialmente no caso do frango vivo e no atacado, em algumas regiões. Isso se deve, em parte, à manutenção de algumas restrições de exportação e a um ajuste da oferta. No entanto, os aumentos de preços seguiram tanto no primeiro semestre, como no comparativo com o ano passado.
De acordo com o supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, houve grande expectativa em função da gripe aviária (caso registrado em maio deste ano no RS) para o aumento na demanda interna e diminuição do preço. “Mas o que nós percebemos foram pouquíssimas flutuações no preço, que até ocorreram, mas bem distantes dessa alta acumulada, com o produto seguindo em alta.” Ainda segundo Costa, “há uma tendência ainda de novas elevações de preço, porque o custo de produção também se elevou no país inteiro.”
CONSUMIDORES
Semanalmente, a professora Leidiane Sena, 47, faz compras no supermercado para abastecer a despensa em casa. Um dos itens comprados para a alimentação dela e da família, é o frango. “Minha preferência é pelo resfriado. Não levamos o congelado”, comenta sobre a preferência na hora da compra. Sena diz que percebeu que ao longo do ano o preço do frango aumentou de valor em diferentes supermercados. “Varia muito de local para local, mas de forma geral vejo que os preços subiram nos últimos meses”, ressalta.
Carlos Silva, 50, tem um ponto de venda de frango assado há mais de 25 anos na rua Engenheiro Fernando Guilhon, no bairro da Cremação. No local, o frango inteiro é vendido a R$ 45,00. Sobre este valor, Carlos explica que não aumenta o preço, pois como compra em grandes quantidades em caixas que contém 20 quilos de frango cada uma, ele não sente variação no valor de compra a atacado. “Mais ou menos são 100 frangos vendidos por dia, sendo a maior procura nos finais de semana. Não aumento o preço, quando faço é só uma vez no ano”, comenta.