Ana Laura Costa
Faltam poucos dias para o fim das férias de julho e, com a volta às aulas na porta, pais e responsáveis precisam conciliar o pagamento de dívidas feitas durante este período e novos gastos com material escolar. No entanto, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), a maioria dos produtos que compõem a cesta de material escolar está mais cara.
O Dieese Pará coletou preços de cerca de 50 produtos nas principais papelarias, livrarias, magazines e lojas de departamento em Belém e fez o comparativo com os preços médios da pesquisa realizada no mesmo período do ano passado. Conforme as pesquisas realizadas pelo departamento, os reajustes não foram uniformes e em alguns casos chegaram a mais de 15%, superando a inflação calculada em 3,70% nos últimos 12 meses.
Os cadernos, por exemplo, sofreram reajuste de cerca de 10%. A depender do tamanho, fabricante ou de personagens, os de 200 folhas e com 10 matérias custam entre R$14,99 a mais de R$60,00. Outro item importante e bastante variado são as mochilas. Também dependendo do local de compra, do fabricante e personagem que encapa o produto, os preços podem variar entre R$35,00 até mais de R$380,00 a unidade.
Já a unidade da cola Polar 90g, por exemplo, apresentou alta acumulada de 15,50% e chega a custar por volta de R$5,96; seguida do corretivo líquido BIC com alta de 9,26%, custando R$6,37 e borracha TK branca Faber Castell; com reajuste de 8,91% e comercializado em média a R$5,62.
Para equilibrar o orçamento, Nélio Bordalo Filho, economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia dos estados do Pará e Amapá (Corecon PA/AP), analisa que é crucial avaliar o impacto das despesas com viagens, alimentação e lazer nas férias e priorizar o pagamento de dívidas com juros altos que podem ser mais difíceis de gerenciar com o tempo.
PRIORIDADE
Segundo Bordalo, a prioridade deve ser manter a estabilidade financeira da família, garantindo o pagamento de contas básicas como aluguel, água, luz e alimentação.
“Planeje um orçamento que cubra os novos gastos escolares sem comprometer as despesas essenciais e os compromissos financeiros do período de férias, como faturas de cartão de crédito e parcelas de pacotes de viagem. Se necessário, ajuste o orçamento familiar para cortar gastos não essenciais temporariamente”, destaca.
O economista pondera que, na hora de comprar os materiais escolares, deve-se fazer uma lista dos itens realmente necessários, além de aproveitar promoções e considerar a troca de livros com outras famílias ou reutilização de materiais. Além disso, definir um limite de gastos também ajuda na tarefa de gastar de forma consciente, assim como pesquisar o preço dos materiais em lojas diferentes e compras em grupo para obter descontos.
Sobre as formas de pagamento, ele considera que a escolha entre comprar à vista ou a prazo depende da situação financeira da família. “Compras à vista são preferíveis, pois evitam a acumulação de dívidas e, muitas vezes, permitem a negociação de descontos. No entanto, se não for possível pagar à vista, se deve optar por parcelar em poucas vezes e sem juros. É fundamental comparar as taxas de juros e o custo total da compra parcelada”, ressalta.
O economista orienta ainda ensinar as crianças a valorizar e cuidar dos materiais escolares, incentivando o reaproveitamento de itens do ano anterior e os adquiridos no primeiro semestre de 2024. “Evitar compras impulsivas e focar em qualidade ao invés de quantidade também pode reduzir gastos desnecessários”, diz.
Preços
- Cola colorida – Acrilex – 138g – caixa c/6 Unidades – R$13,96
- Lápis de cor grande caixa com 12 unid. – Faber Castell Kit (apontador, borracha e lápis) – R$26,40
- Tinta Guache Acrilex – c/06 unidades 15 ml – R$7,23
- Régua escolar transparente unidade – 30cm – R$5,20
- Gizão de cera Faber Castell – Jumbo – caixa com 12 unidades – R$7,29
- Caneta BIC unidade – R$1,43
- Resma de papel Chamex A4 – 500 folhas – R$26,49