Pryscila Soares
Saber lidar com as finanças é desafio para todo cidadão. O ideal é que esse aprendizado inicie ainda na infância. A educação financeira faz parte da grade curricular dos estudantes do ensino fundamental desde 2018, em razão da homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Um dos prejuízos mais comuns enfrentados por aqueles que ainda não desenvolveram essa habilidade é o endividamento. No Brasil, 77,9% das famílias fecharam o ano de 2022 com alguma dívida, segundo um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Para a educadora financeira e mentora de finanças e investimentos, Edelina Viana, incentivar a criança a entender sobre as relações de consumo, despesas e valores é uma ferramenta importante para formar um adulto consciente, que tem domínio sobre as suas finanças e que terá mais facilidade para alcançar os seus objetivos de vida. A especialista recomenda que os pais mantenham um diálogo aberto com os filhos, abordando as questões financeiras de forma saudável, buscando incluí-los no planejamento familiar.
“A gente deve preparar o ambiente, as crenças, ter experiências positivas. Você começa a trazer um pouco mais dessa mentalidade de abundância, abordar as diferenças entre abundância e escassez. Um erro muito grande é quando o casal briga por causa de dinheiro, porque a criança começa a ter um entendimento negativo sobre o dinheiro. É muito importante que os pais tenham esse cuidado e evitar frases como ‘eu não tenho dinheiro’, porque pode causar frustrações na criança e pode gerar um sentimento de avareza no futuro”, orienta.
PRÁTICA
Para crianças na faixa etária entre 3 e 7 anos, a educação financeira deve ser introduzida de forma lúdica e pedagógica. Os pais podem utilizar, por exemplo, o cofrinho para ensiná-las a poupar, além de demonstrar algumas operações matemáticas que ela ainda não conhece. “É nessa fase de 3 a 7 anos que ela começa a entender os conceitos de ganhar, poupar e gastar. Vai formar a inteligência financeira. É interessante também explicar o valor de cada nota, mostrar cartões de crédito, moedas, notas e cheques. Ela passa a reconhecer e entender essas funcionalidades e isso vai criando habilidades”, disse a especialista.
A educadora financeira ressalta que, nesta fase, também é importante mostrar para a criança para que serve o dinheiro, ou seja, para realizar sonhos. Após essa fase, os pais já podem começar a investir em jogos, como o banco imobiliário e, até mesmo, vivenciar juntamente com ela todos esses conceitos na prática levando a criança ao supermercado, por exemplo. “A simples ida ao supermercado é uma oportunidade de aprendizado para a criança. Você a coloca para fazer parte do orçamento, ensina sobre comprar o que é útil, a diferença entre a necessidade e desejo”, explica.
Aplicativos para educação financeira para os filhos:
1. Tindin
l O Tindin é um aplicativo de educação financeira com carteira digital. A plataforma disponibiliza um ambiente gamificado e direcionado para quatro aspectos principais: conquistar, poupar, consumir e investir. Existem interfaces separadas para crianças, responsáveis, lojistas e educadores, com experiências personalizadas em cada uma delas.
2. O meu Banco
l O app O Meu Banco é uma opção para quem deseja gerenciar a mesada de crianças ou adolescentes sem criar uma conta digital para transferências e pagamentos. A plataforma cria um banco fictício, adaptado para o jovem, enquanto os pais podem estipular a quantidade da mesada e firmar um “contrato” com as regras que precisam ser seguidas para o pagamento do dinheiro todo mês.
3. Nextjoy
l Mais uma opção gratuita da nossa lista, o NextJoy pode ser instalado em smartphones Android e iOS. É uma solução de conta mesada criada pelo Banco Next e funciona apenas para quem é correntista da instituição financeira.
Além do sistema de atualização de recebimentos e gastos, a ferramenta oferece conteúdos de educação financeira para crianças, com atividades para diferentes faixas etárias. Os pais podem criar desafios e metas que geram recompensas e, assim, estimulam os pequenos a se envolver ainda mais com o controle financeiro
4. C6 Yellow
l Conta digital gratuita para menor de 18 anos com cartão de débito, transferências e aplicativo exclusivo para educação financeira, inclusive gestão de mesada.
Prós e contras:
l CDB rende 102% do CDI
l Conta com cartão de débito personalizável
l Aplicativo do responsável pode cadastrar “mesada One Shot”
l Aplicativo envia SMS dos gastos realizados
l Responsável precisa abrir conta no banco digital
5. Banco Inter KIDS
l Conta digital 100% gratuita para menor de idade, com cartão de débito, opções de investimentos e foco na educação financeira.
l Permite acompanhamento do responsável
l Incentiva a educação financeira
l Oferece investimentos de baixo risco