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Dinheiro extra, decisões importantes: o que fazer com o 13º do INSS?

A primeira parcela do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS será antecipada, com os pagamentos programados entre 24 de abril e 8 de maio.

A aposentada Ana Célia faz planos com o bônus antecipado. Foto: Antonio Melo
A aposentada Ana Célia faz planos com o bônus antecipado. Foto: Antonio Melo

A primeira parcela do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS será antecipada, com os pagamentos programados entre 24 de abril e 8 de maio. Já a segunda parcela será liberada junto com o pagamento do benefício de maio, entre 26 de maio e 6 de junho.

Para muitos beneficiários, o 13º representa uma oportunidade valiosa para quitar dívidas, fazer compras, reformar a casa, pagar impostos, viajar ou realizar outros objetivos. Esse valor extra também ajuda a aquecer a economia em todo o país.


Como usar bem o 13º salário?

Segundo o economista Nélio Bordalo, especialista em gestão financeira, é fundamental fazer um diagnóstico da situação financeira antes de decidir como usar o dinheiro extra.

“Para aproveitar bem o 13º salário, é importante saber quanto vamos receber e como estão nossas finanças. Em tempos de juros altos, se tivermos dívidas em atraso, o ideal é tentar negociá-las ou quitá-las”, afirma o especialista.

Ele reforça que o 13º pode ser um alívio para quem não conseguiu formar uma reserva de emergência ao longo do ano. Nélio recomenda começar com uma lista de necessidades e prioridades, que ajude a evitar gastos por impulso.

“Muitas pessoas não anotam o que gastam e acabam se perdendo. É essencial organizar os compromissos, identificar o que é urgente e o que pode esperar. Se houver dívidas antigas, a prioridade deve ser quitá-las, por conta dos juros altos”, pontua.


Dividindo o 13º: sugestões de uso consciente

Quando não há dívidas pendentes, a recomendação é usar o dinheiro de forma equilibrada, evitando novos compromissos financeiros e, se possível, investindo.

Nélio sugere a seguinte divisão:

  • 50% para despesas futuras, como IPVA, IPTU e outras contas sazonais
  • 30% para investimentos (como CDB, LCI, LCA, Tesouro Direto ou ações)
  • 20% para lazer, como viagens, férias ou pequenas indulgências

“Esses percentuais são apenas uma sugestão e devem ser adaptados à realidade de cada pessoa. O mais importante é manter o equilíbrio”, ressalta o economista.


Histórias reais: como os aposentados pretendem usar o 13º

Em Belém, a expectativa pelo pagamento do 13º é grande entre os aposentados. A aposentada Ana Célia, de 70 anos, já sabe o que fazer com o valor:

“Esse dinheiro chega em boa hora. Sempre escolho receber o adiantamento. Tenho algumas contas para pagar, mas não estou desesperada. Queria viajar, mas ainda não vai dar. Vai ficar para depois.”

Já a aposentada Tereza Palheta, de 66 anos, diz que hoje vive com tranquilidade financeira e aproveita o adiantamento para curtir a vida:

“Não sei o que o futuro me reserva. Se eu deixar o dinheiro para o fim do ano e não puder aproveitar? Por isso, peço o adiantamento, viajo, compro o que gosto, passeio, faço aulas de dança. Depois de mais de 30 anos no magistério e com os filhos encaminhados, agora é a minha vez de viver.”