Diego Monteiro
O clima festivo de final de ano já toma conta do comércio de Belém, onde a presença de clientes tem aumentado a cada dia. Contudo, especialistas em finanças alertam que a empolgação para presentear um membro da família ou um amigo não deve substituir a prudência e o planejamento na hora das compras.
Segundo o economista Valfredo Farias, a busca para tentar equilibrar as contas e economizar uma grana até nesse momento deve ser constante. “O início do ano é conhecido pelas dívidas acumuladas com os gastos desse período, além dos materiais escolares também. Precisamos lembrar ainda das parcelas já existentes no cartão e dos impostos que precisam ser pagos, como IPTU e IPVA”, reforça.
“Por que comecei falando sobre janeiro? É que no primeiro trimestre a atividade econômica é muito fraca então os riscos de endividamento e de demissão são altos. Acumulado a essa problemática, muita das vezes as pessoas compram em novembro e em dezembro como se não houvesse amanhã e é dessa forma que as contas acabam virando uma bola de neve”, completa o economista.
Para Valfredo, é importante ficar atento a campanhas que incentivam o consumo, como por exemplo, a Black Friday, que é realizada todos os anos em novembro. De acordo com o especialista, até mesmo diante de uma boa oferta, é preciso se questionar: será que realmente preciso deste produto? Tenho alguma quantia de dinheiro guardada para casos emergenciais? Entre outras perguntas.
Valfredo destaca que, embora as pessoas não estejam em um momento propício para grandes gastos, é possível aproveitar o Natal e as festas de fim de ano em geral com inteligência financeira. “Buscar as melhores oportunidades é sempre uma saída. Além disso, muitas pessoas preferem gestos significativos a receber presentes caros, então investir em lembranças mais acessíveis é uma boa alternativa”, afirma.
PREÇOS
A pesquisa de preços é outra ferramenta importante, pois proporciona oportunidades e economias significativas que podem chegar a 50% em algumas situações. Andréia Silva, doméstica de 45 anos, admite que sempre quando precisa presentear alguém passa horas entrando e saindo das lojas, olhando cada etiqueta, antes de decidir o que levar para casa.
Andréia saiu para comprar dois presentes na tarde do dia 13 passado, com R$ 100. “O valor que trouxe era para comprar duas bonecas, R$ 50 cada uma. A notícia boa é que encontrei, depois de andar bastante, as mesmas bonecas custando R$ 40, ou seja, volto para a casa com R$ 20 de troco, uma economia de 20% no final de tudo”.
Quem segue o mesmo exemplo é a autônoma Fernanda Silva, 20. “Com o cenário econômico cada vez mais difícil, é importante gastar com sabedoria. Trouxe R$ 200 para gastar no comércio, mas se eu voltar com a metade disso para casa será maravilhoso. É um exercício que exige paciência e muita procura, mas no final é muito gratificante, pois dá oportunidade de fazer outras coisas com o que sobrou”.
CARTÃO
Quanto ao uso do cartão de crédito, Farias aconselha evitá-lo, pois pode acarretar em um endividamento devido ao acúmulo de contas e parcelas. Outra sugestão do Valfredo é que seja colocado como prioridade o pagamento em dinheiro, pois desta forma, dá para conseguir um desconto que no final faz grande diferença no bolso.
“Temos que pensar que até mesmo 5% de desconto para pagamentos à vista já compensa e se o percentual for maior, é ainda melhor. Diferente do cartão de crédito, que você vai passar mais tempo pagando, não tem um abatimento no valor final e caso haja atrasos os juros neste formato de pagamento é altíssimo. Lembre-se, quanto menos dívidas e parcelas é melhor”, diz.
Dicas
O economista Valfredo Farias listou outras dicas para economizar
- Consciência do ganho: a partir do momento em que você passa a saber quanto é o rendimento mensal é possível fazer uma projeção de como esse valor será usado. Anote todos os valores que entra e as contas que saem desse montante;
- Controlar cartão de crédito: o uso consciente do cartão de crédito evita dores de cabeça no futuro, visto que essa modalidade de pagamento é uma das principais causas do endividamento;
- Evitar cheque especial: ao invés de optar por esse tipo de pagamento, segure mais um tempo, junte um dinheiro, para comprar o presente à vista;
- Use e abuse da criatividade e faça lembrancinhas para dar nessas datas especiais. Lembre-se que a prioridade é quitar as contas e não fazer novas.